Depois de dezenas de celebridades terem passado semanas a anunciar o seu apoio à candidatura de Kamala Harris à Casa Branca, depois de tantos músicos terem negado o uso das suas canções nos comícios de Donald Trump, depois de tantos artistas terem apelado ao voto — dos jovens, das mulheres e dos mais velhos —, a maioria acordou atónita, na manhã desta quarta-feira, com a decisão de os norte-americanos terem dado a presidência ao candidato republicano. Eis algumas reacções:

Durante semanas, o autor de best-sellers como The Shinning, alertou no X, antigo Twitter, para os perigos de eleger Donald Trump. Agora, a sua reacção reflecte a preocupação com a democracia: “Há um sinal que se pode ver em muitas lojas que vendem objectos bonitos mas frágeis: "É bonito de se ver, agradável de segurar, mas quando se parte, é vendido." O mesmo se pode dizer da democracia”.

Há poucos dias, a rapper Cardi B. participou num comício democrata e despertou a ira de Elon Musk. O empresário acusou-a de ser uma “marioneta” e a rapper não se ficou: “Eu não sou uma marioneta, Elon. Sou filha de dois imigrantes que trabalharam duro para me sustentar!”, ripostou. Agora, a reacção foi sucinta e dirigida a quem votou em Donald Trump: “Odeio-vos a todos, muito.”

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A vencedora de um Óscar, Jamie Lee Curtis, escreveu no Instagram que a escolha dos norte-americanos será “um regresso a um tempo mais restritivo, que alguns temem ser draconiano” e que os grupos minoritários terão agora mais medo. “Mas o que realmente significa é que temos de acordar e lutar”, escreveu. “Lutar pelas mulheres, pelos nossos filhos e pelo seu futuro e lutar contra a tirania, um dia de cada vez. Uma luta de cada vez. Um protesto de cada vez. É isso que significa ser americano.” A actriz apela ainda à união.

“Porquê? Dêem-me as vossas razões porquê?????”, escreveu a actriz Christina Applegate no X. “A minha filha está a chorar porque os seus direitos como mulher podem ser retirados. Porquê?", questiona, pedindo a quem não concorda com a sua posição, que a deixe de seguir. Noutra publicação, a actriz de Dead to Me, que anunciou há dois anos que sofre de esclerose múltipla, continua: “Por favor, deixem de me seguir se votaram contra os direitos das mulheres. Contra os direitos dos deficientes. Sim, isso. Deixem de me seguir porque o que fizeram é irreal. Não quero seguidores assim. Portanto, sim. Feito. Também depois de hoje vou encerrar esta conta que tenho há tantos anos porque isto é doentio.”

O actor e argumentista John Cusack reflecte: “O facto de o país escolher destruir-se a si próprio votando num violador condenado e num nazi é um sinal de profundo niilismo. Para dizer o mínimo”, cita o The Guardian. Entretanto, a publicação foi apagada do X.

Uma vitória em toda a linha — Trump terá o poder de substituir os juízes do Supremo Tribunal à medida que estes forem morrendo — preocupa o actor de “Glee”, Kevin McHale, que publicou no X: “O Supremo Tribunal desapareceu para o resto da minha vida. O fanatismo evangélico ultraconservador, a xenofobia e o racismo são o mandato.” Também o actor Wendell Pierce, da série "The Wire", revela a mesma preocupação: “Não voltarei a ver um tribunal moderado durante a minha vida. Alito e Thomas [dois dos actuais juízes, ambos nomeados pelos Bush, pai e filho, respectivamente] vão demitir-se e Trump vai nomear partidários com 40 anos de idade. Os danos que ele está prestes a infligir às nossas instituições nos próximos dois anos serão irreparáveis.”

A protagonista da série One Tree Hill, Sophia Bush, escreveu no antigo Twitter: “Excelente trabalho, dar mais poder ao grupo MAGA, América. Pergunto-me quantas pessoas estão a ver isto [os resultados das eleições] e ainda dizem “Mas, mas, mas, pelo menos, ele não é uma mulher negra!” na privacidade das vossas casas esta noite. O meu coração está partido.”