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Cantora Roberta Campos volta a Portugal com repertório de sucessos
Artista nascida no interior de Minas Gerais gravou o seu primeiro álbum em casa. Com o trabalho na mão, foi divulgar nas rádios. Conquistou o Brasil e já teve músicas em trilhas sonoras de 21 novelas.
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A cantora e compositora brasileira Roberta Campos está de volta a Portugal. Ela se apresenta em Lisboa, nesta quinta-feira, 7 de novembro, no Club Tokyo, e no Porto, dia 14, no Socorro Record Store. No repertório, a artista incluiu gravações de toda a sua carreira e canções do seu último álbum, O Amor Liberta. Muitos dos sucessos de Roberta estão ligados a trilhas sonoras de novelas. Suas canções estão presentes em 21 delas, de diversas emissoras, como Janeiro a Janeiro, em Sangue Bom; Abrigo, de O Outro Lado do Paraíso, e Minha Felicidade, tema de abertura de Sol Nascente.
Mineira de Caetanópolis, mesma cidade natal da cantora Clara Nunes, a artista compõe, toca, canta e produz. O álbum de estreia, Pra Aquelas Perguntas Tortas, foi todo feito em sua casa no ano de 2008. “Tinha muitas músicas prontas e estava com vontade de mostrar para as pessoas, mas, na época, estava sem dinheiro. A forma que achei foi gravar em casa. Comprei um equipamento básico e fiz tudo, até a capa. Quem tem esses discos tem produtos, literalmente, feitos pelas minhas mãos, de forma artesanal”, diz.
A artista colocou o resultado do seu trabalho embaixo do braço e foi procurar rádios para ser tocado. “Levei em São Paulo, na Nova Brasil FM, eles gostaram. E isso abriu as portas. A própria rádio me apresentou para a gravadora Deckdisc, onde fiquei até 2021. Considero esse o momento mais importante da minha carreira, porque me abriu um portal para muitas coisas acontecerem. Vejo hoje que tive muita coragem, mas tinha confiança no resultado do meu trabalho”, afirma.
Com a Deckdisc, Roberta lançou vários trabalhos, como Todo Caminho é Sorte, gravado no estúdio 12 dólares, em São Paulo, e lançado no final de 2015, sendo um grande sucesso de público e crítica, concorrendo ao Grammy Latino de 2016, na categoria de melhor álbum de música brasileira. “Esse disco foi muito importante, cinco músicas entraram em trilhas sonoras de novelas. Quando entrei no estúdio já tinha tudo pensado na minha cabeça. A Deck, que é uma gravadora independente e muito bem estruturada, conta com ótimos equipamentos e me deu total liberdade de escolher os músicos", ressalta.
Quando começou a cantar fora do Brasil, a cantora percebeu que muitas pessoas conhecem suas músicas a partir das novelas, que são exportadas para centenas de lugares. “Quando estive em Portugal pela primeira vez, em 2019, que foi o meu primeiro show internacional, percebi que havia muitos portugueses na plateia que conheciam as canções, porque também tocavam nas rádios”, relembra.
Gosto pela mistura
Após as apresentações em 2019, a cantora fez planos para retornar em 2020, mas, devido à pandemia do novo coronavírus, o projeto foi adiado. “Quando toquei aqui, me senti em casa. Agora, finalmente, estou voltando e muito feliz. Hoje, conheço muitas pessoas que moram em Portugal, amigos e músicos e, por isso, será uma visita um pouco diferente, porque, naquela época, não conhecia ninguém”, conta.
Além de compor e mergulhar em todas as etapas de uma gravação, a artista, se define como uma pessoa que gosta de se misturar. Já gravou, entre tantas parcerias, com George Israel, Danilo Caymmi, Fernanda Takay, Natiruts e Nando Reis, que foi muito generoso quando ela estava começando. O dois gravaram juntos Janeiro a Janeiro, seu primeiro grande sucesso.
“A música tem esse poder de juntar gente. Acho interessante unir a sua arte com a de outra pessoa, fica muito diferente, nos leva a um novo caminho e isso me encanta. Às vezes vejo um artista dando uma entrevista e me dá vontade ir atrás", assinala.
No show de Roberta em Lisboa, haverá a participação especial da cantora portuguesa Joana Alegre, portuguesa. Juntamente com os músicos Daniel Lopes (violão e baixo), Tony Love (guitarra) e Gláucio Ayala (bateria). "No Porto, a apresentação terá dois violões, o meu e o do músico Daniel Lopes”, frisa.