Alemães donos de fábrica nas Caldas da Rainha cortam 4700 empregos
A Schaeffler, que detém uma fábrica de rolamentos nas Caldas da Rainha, anunciou que vai encerrar duas unidades até ao final do ano, mas ainda não as identificou.
A Schaeffler, empresa industrial alemã ligada ao sector automóvel que é dona de uma fábrica de rolamentos nas Caldas da Rainha, anunciou esta terça-feira que vai cortar 4700 postos de trabalho, dos quais 2800 na Alemanha e outros 1900 nos outros mercados onde está presente.
De acordo com o comunicado da empresa, a redução no número de trabalhadores vai afectar dez fábricas no seu país de origem e cinco no resto da Europa, sendo que duas fábricas vão ser mesmo encerradas. A Schaeffler não adianta quais são as unidades visadas pelos despedimentos, afirmando que haverá mais novidades até ao final do ano.
No comunicado, diz-se que será efectuada uma deslocalização da produção, sem mais informações além de que isso permitirá a criação de cerca de mil empregos, “pelo que a redução líquida de empregos será de cerca de 3700 postos de trabalho”. Isto, diz a empresa, “corresponde a perto de 3,1%” do total de trabalhadores após a fusão com a Vitesco, anunciada em Outubro. Com essa operação, o número total de trabalhadores chegou a perto de 120 mil, mais 35 mil do que a empresa empregava até então.
Antes da fusão, a empresa detinha 82 fábricas a nível global, das quais 45 na Europa, com destaque para a Alemanha, com 16. Além do seu país de origem e de Portugal, a Schaeffler está presente, a nível europeu, em Espanha, Áustria, França, Itália, Reino Unido, República Checa, Eslováquia, Roménia, Bulgária e Hungria.
A empresa, cotada na bolsa de Frankfurt, destaca que a redução de pessoal faz parte de uma série de “medidas estruturais na Europa para aumentar a competitividade”. “A decisão surge como resposta a uma conjuntura de mercado desafiadora, com aumento de intensidade da concorrência a nível global” e uma série de mudanças que têm afectado a indústria que abastece o sector automóvel.
Notícia rectificada: o corte de postos de trabalho, a nível europeu, é de 4700 e não de 4900, como por lapso foi escrito. Destes, 1900 são fora da Alemanha.