Estrangeiros colocam Açores no topo da subida de turistas no Verão
Portugal contou com 13.286 mil hóspedes entre Junho e Setembro, mais 4% do que em 2023. Destes, 8355 mil foram estrangeiros, que aumentaram 5%.
O arquipélago dos Açores foi a região turística que mais cresceu em número de hóspedes nos quatro meses ligados à época de Verão. Entre Junho e Setembro deste ano, de acordo com a estimativa rápida da actividade turística do Instituto Nacional de Estatística (INE), os Açores tiveram uma subida de 8% no número de hóspedes face a idêntico período de 2023, chegando aos 492,7 mil.
Numa conjuntura de novos recordes para o sector do turismo (todas as regiões tiveram mais hóspedes), os dados do INE demonstram que esta subida foi suportada pelos turistas estrangeiros, que subiram 12% para 347,7 mil, enquanto nos hóspedes nacionais houve uma descida de 1%.
Além dos Açores, apenas a Madeira teve um decréscimo nos visitantes portugueses, mas neste caso a queda foi bem mais expressiva, de 10%, enquanto nos estrangeiros se registou uma progressão de 5%.
Contas feitas, o crescimento da Madeira foi de 1%, chegando aos 768,7 mil hóspedes nos quatro meses em análise, segundo o INE (que não contabiliza as unidades de alojamento local com menos de dez camas).
Ao todo, o país contou com 13.286 mil hóspedes nos quatro meses de Verão, mais 4% do que em 2023. Destes, 8355 mil foram estrangeiros (mais 5%), e 4931 (mais 3%) foram nacionais.
Em termos absolutos, a região de Lisboa liderou a tabela, com 3228,5 mil hóspedes (mais 5%), seguindo-se a região Norte, com 3081,5 mil (mais 6%) e o Algarve com 2614 mil (mais 3%). Esta última região recuperou turistas residentes em Portugal, mas, mesmo assim, os valores deste ano ficaram abaixo dos registados em 2022, quando o número de hóspedes nacionais entre Junho e Setembro no Algarve chegou aos 864 mil (este ano fixou-se nos 791 mil, mais 3% do que no ano passado).
Olhando para as nacionalidades, o destaque deste Verão vai para o forte crescimento dos turistas polacos, que subiram 22% em termos homólogos, com 173 mil hóspedes, seguidos pelos canadianos.
De acordo com o INE, os turistas do Canadá aumentaram 11%, com 297,6 mil hóspedes contabilizados, enquanto o número de norte-americanos cresceu 10%, chegando perto de um milhão (988 mil hóspedes). Os espanhóis ocuparam a primeira posição, com 1138 mil hóspedes entre Junho e Setembro (com destaque para Agosto), seguindo-se os britânicos, com 1102 mil hóspedes.
Se o indicador for o de dormidas, no entanto, os visitantes do Reino Unido passam para o primeiro lugar, com 4699 mil, seguindo-se os espanhóis com 2822 mil. O maior crescimento em dormidas – tendência comum a todas as regiões – foi também dominado pelos Açores, com mais 8% (para 1542 mil), mas em termos absolutos a liderança coube ao Algarve, com 10.813 mil, seguindo-se Lisboa com 7536 mil dormidas.
O INE ainda não divulgou o valor das receitas turísticas de Setembro, mas o Banco de Portugal já publicou o indicador preliminar das viagens e turismo da balança de pagamentos para esse mês (mais abrangente do que os cálculos do INE). Segundo o banco central, as receitas (medidas pelas exportações) subiram 8,9%, para 3076 milhões de euros nesse mês, elevando o total dos quatro meses de Verão para 12.937 milhões de euros (mais 7,5%).
Nos primeiros nove meses, o número de hóspedes contabilizados pelo INE subiu 4,8%, para 24.585 mil, com destaque a subida de estrangeiros (mais 6,4%, para 15.254 mil). Já as dormidas tiveram uma subida mais moderada, de 3,9%, para 63.548 mil. Nesse período, segundo o Banco de Portugal, as receitas subiram 9,1% para 22.233 milhões de euros.
Até ao final do ano, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) já noticiadas pelo PÚBLICO, as receitas deverão chegar aos 26,2 mil milhões de euros, mais 4,4% face a 2023. O turismo deverá continuar a bater recordes nos próximos anos, chegando aos 31,4 mil milhões de euros em 2029, mas, segundo as previsões do FMI, o seu peso no total da criação de riqueza do país tenderá a diminuir.
Para esta instituição internacional, a perspectiva é a de que o peso das receitas do turismo no produto interno bruto (PIB), depois de ter chegado aos 9,5% em 2023, desça para 9,4% este ano, perdendo depois mais 0,1 pontos percentuais (p.p.) em 2026, em 2027 e em 2028. Em 2029, deverá voltar a crescer 0,1 p.p, para 9,2%.