Esqueletos no armário
O nosso consumo desenfreado é o grande promotor de uma das formas de trabalho infantil mais comuns do mundo e que acontece em pelo menos 18 países de diferentes continentes nos campos de algodão.
É brasileira, mas vive em Itália, tem perto de 40 anos e largos milhares de seguidores nas redes sociais. Os conteúdos que produz têm uma fórmula vencedora fixa e não são mais do que a comparação entre as peças de roupa que uma das gigantes chinesas do fast fashion anuncia no seu site a preços altamente convidativos e as peças que, de facto, envia para casa dos clientes. E se, por vezes, aparecem peças de roupa que aparentam alguma qualidade e até cumprem as expectativas, outras há em que a influencer desembrulha verdadeiros festivais de horror. Segundo relata a própria, há peças que chegam a cheirar descaradamente a plástico, outras que, sendo transparentes, não trazem forro, algumas onde as lantejoulas vêm mal coladas e ainda aquelas em que a qualidade dos materiais e dos acabamentos é de bradar aos céus. Mas nem o número de encomendas que saem ao lado nem a qualidade duvidosa de muitos materiais é, ao que parece, suficiente para desanimar os consumidores: só a Shein registou, em 2023, vendas no valor de 41,5 mil milhões de euros.
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