Max Verstappen mostra fibra e sorte de campeão no Brasil

Neerlandês teve recuperação brilhante e ainda beneficiou da bandeira vermelha que o encaminhou para o triunfo. Alpine levou dupla Ocon e Gasly ao pódio.

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Max Verstappen voltou aos triunfos no Brasil Amanda Perobelli / REUTERS
Lewis Hamilton conduziu o McLaren de Ayrton Senna no Brasil
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Lewis Hamilton conduziu o McLaren de Ayrton Senna no Brasil Amanda Perobelli / REUTERS
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Max Verstappen (Red Bull) passou, neste domingo, entre os pingos de chuva do Grande Prémio do Brasil, conquistando o triunfo mais inesperado da temporada de Fórmula 1, apesar da qualificação azarada e da penalização de cinco lugares, voltando às vitórias após jejum de dez corridas.

Lando Norris (McLaren) acabou inconsolável, num impensável 6.º lugar (partiu da pole), traído pela bandeira vermelha que o impediu de recuperar pontos preciosos na luta pelo título Mundial e pelo recomeço desastrado após o safety car provocado por Carlos Sainz (Ferrari), a 29 voltas do final.

Não menos surpreendente foi a presença no pódio da dupla Esteban Ocon e Pierre Gasly, da Alpine (que subiu do nono para o sexto lugar entre os construtores), a tirar partido das incidências da corrida.

Ao contrário do esperado, o neerlandês aumentou a vantagem - ganhou 18 pontos com a volta mais rápida - para o agora único rival da temporada, saindo do Brasil com uma almofada de 62 pontos para gerir nas últimas três provas de 2024, dando um passo importante para a revalidação do título.

Franco Colapinto esteve na base do golpe de teatro, ao destruir o Williams em situação de safety car, provocando a interrupção da corrida, que beneficiou Max Verstappen (2.º) e os Alpines de Esteban Ocon (1.º) e Pierre Gasly (3º). Tudo, num dia repleto de peripécias, que começou com a qualificação às 7 horas de São Paulo.

A corrida ainda nem tinha começado e já Lance Stroll (Aston Martin), num despiste inusitado, na quarta curva da volta de formação, levou a partida a ser abortada perante a necessidade de retirar o monolugar do canadiano da gravilha.

O atraso de quase 20 minutos obrigou a rever a estratégia das equipas de acordo com as previsões de chuva, cuja aparição coincidiu com o arranque. George Russell assumiu o comando e Lando Norris manteve-se na expectativa, sem arriscar demasiado.

Na cauda do pelotão, Verstappen iniciava uma recuperação que o levaria do 17.º lugar da grelha (15.º na prática) ao sexto posto com menos de um terço da prova cumprido. Refira-se que Carlos Sainz partiu da via das boxes na sequência da intervenção no SF-24, depois de ter trocado componentes e penalizado, Alex Albon (Williams) retirou-se antes da corrida, perante a impossibilidade de recuperar o carro, e Stroll também não alinhou.

Hamilton e Verstappen ganharam algumas posições no arranque, mas o inglês teve de enfrentar um autêntico calvário, lutando com um Mercedes que o desesperou e arrastou para os últimos lugares, antes da retoma que o levou a reentrar nos pontos.

Já Verstappen, com o motor novo, galgou posições, superando rapidamente pilotos como Gasly, Alonso, Piastri e Lawson, até encontrar Leclerc, que ultrapassou com a entrada do monegasco nas boxes.

As primeiras paragens para troca de pneus, aproveitando o safety car virtual desencadeado por Nico Hulkenberg (Haas), provocaram uma reordenação classificativa, com Verstappen a assumir a vice-liderança, atrás de Esteban Ocon e à frente de Gasly, já que Russell e Norris passaram pelas boxes e caíram para quarto e quinto.

O golpe de teatro estava iminente. A entrada em pista do safety car, numa fase de chuva intensa, seguida do acidente de Colapinto, deixou Norris numa posição ingrata, atrás do trio da frente (após passar Russell), em especial de Verstappen, que teve uma paragem de "borla".

As nuvens abatiam-se sobre o inglês da McLaren, que viu Verstappen assumir a liderança enquanto Norris acumulava erros e perdia quatro posições antes de iniciar a recuperação possível numa prova para esquecer.

Hamilton homenageia Senna

Depois de ter sido forçado a cancelar os planos de um sábado de tributo ao maior ídolo brasileiro da história da Fórmula 1, com Lewis Hamilton a pilotar o McLaren MP4/5B com que Ayrton Senna conquistou o título Mundial de 1990, o heptacampeão do mundo aproveitou o período entre a qualificação e a corrida para emocionar os milhares de fãs que presenciaram o momento mais alto do fim-de-semana em Interlagos.

Hamilton surgiu com um fato branco, cumpriu cinco voltas ao circuito e, no final, desfilou com a bandeira brasileira, homenageando o "rei da chuva", que para Hamilton continua intocável no pedestal dos maiores pilotos da história da Fórmula 1.

Cidadão honorário do Brasil desde 2022, Lewis Hamilton classificou o momento como o melhor do fim-de-semana e só lamentou não poder correr no GP de São Paulo com o MP4/5B do bicampeonato de Ayrton.

Em compensação, depois de em 2017 ter recebido uma réplica do capacete de Senna, cortesia da família do piloto brasileiro - após ter igualado as 65 poles de Ayrton, no GP do Canadá -, Hamilton voltou a ser brindado com uma réplica do capacete do seu ídolo, entregue pessoalmente por Viviane Senna, irmã do piloto brasileiro.

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