Palcos da semana: danças com jazz, bossa nova, animação e Tropa

Serralves inaugura a maior monográfica de Francisco Tropa, o Cinanima projecta a liberdade, o Guimarães Jazz diz 33, o Bossarenova Trio mergulha em Atlântico e Lisboa tem ordem para videodançar.

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Wadada Leo Smith vem ao Guimarães Jazz Jimmy Katz
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Amanhã Não Dão Chuva, uma das curtas em competição no Cinanima DR
,Museu de Arte Contemporânea de Serralves
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Francisco Tropa, O Transe do Ciclista (positivo), 2005 DR
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Kieli Bi, de Dana Mussa, no InShadow DR
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O Bossarenova Trio volta a mergulhar em Atlântico S. Thalemann
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Diga 33 (com jazz)

Sede de grandes concertos e de enchentes de público a condizer, o Guimarães Jazz “dá provas da sua reputação e da sua vitalidade através de um cartaz que aposta no jazz criativo e em sincronia com o seu tempo”. São garantias para a 33.ª edição do festival, dadas pel’A Oficina que o co-organiza com a autarquia e a associação Convívio.

A abertura está a cargo de Ambrose Akinmusire, retornado ao palco que o viu pela primeira vez em 2016 já não como revelação mas como talento mais que firmado. O mote é a performance (colectiva) de música e palavra Honey from a Winter Stone.

Não é o único trompetista a chamar a atenção. Também está convocado o histórico Wadada Leo Smith, na liderança de um quinteto a bordo do projecto Fire-Love Expanse.

Outro ponto alto é a vinda de Maria Schneider, figura sonante do jazz orquestral que também por aqui passou noutras ocasiões. Desta vez, surge à frente da orquestra espanhola Clasijazz em modo de retrospectiva da carreira.

No cartaz alinham também, entre outros, John Escreet com um projecto em nome próprio, o grupo de percussão Drumming a abordar Ligeti com Daniel Bernardes ou o quarteto inédito que resulta da junção de Sara Serpa e André Matos a Jeff Ballard e Craig Taborn.

Liberdade para animar

Percebes, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, espelha num crustáceo as mudanças que dão à costa algarvia. Citizen Tourist, de Gustavo Carreiro, expressa o impacto do turismo. T-Zero, de Vicente Nirō, encolhe casas e estica preços no meio da crise na habitação. Amanhã Não Dão Chuva, de Maria Trigo Teixeira, toca uma relação mãe-filha. Estas quatro curtas, todas elegíveis para o Óscar, são as estrelas do 48.º Cinanima - Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho.

Estão entre os 113 filmes (81 na competição internacional, 32 na nacional) exibidos numa edição que se deixa animar pela Liberdade como tema – explorada “em múltiplas vertentes”, explica a organização, “seja através da narrativa, da técnica ou das interpretações visuais dos artistas” – e que se estende a mais três dias do que é habitual.

Debates, exposições, oficinas, masterclasses e lançamentos de livros também entram na oferta do festival. É um dos mais reputados e antigos do género, com génese em 1976 por obra da cooperativa Nascente e do município.

De Tropa, commo-te

O artista que há cerca de um ano ergueu uma Fortaleza da Solidão na Galeria Quadrado Azul (Lisboa) – que mereceu cinco estrelas do crítico do PÚBLICO José Marmeleira – é agora alvo daquela que Serralves anuncia como “a maior exposição monográfica de Francisco Tropa alguma vez apresentada numa instituição portuguesa”. Chamou-lhemo-te.

Não pretende ser uma retrospectiva. “Deve ser entendida”, explica a folha de sala, “como uma espécie de grande máquina” em que o visitante “é sistematicamente confrontado com algumas das preocupações fundamentais do artista, nomeadamente a forma como as obras de arte são legitimadas, percepcionadas, analisadas e transmitidas”.

Comissariada por Ricardo Nicolau, coordenada por Giovana Gabriel e montada em colaboração com Nouveau Musée National de Monaco, é acompanhada por um programa paralelo de performances, conversas e activações de algumas peças.

A tela dança?

Em Lisboa, é o único da sua estirpe. Impulsiona-o o encontro da dança com outro movimento, o das imagens do cinema/vídeo. E o lema é sempre este: “o corpo imagina-se na sombra”. Vem aí mais uma edição (a 16.ª) do InShadow - Lisbon Screendance Festival, promovida pela Vo’Arte e recheada de propostas que dão palco “à convergência entre a imagem, o corpo e processos de criação artística alavancados na tecnologia”.

No âmago está a competição internacional de videodança que há-de ocupar o Teatro do Bairro entre 26 e 30 de Novembro, com mais de 70 filmes vindos de 32 países. Mas há muito mais para ver, seja na Cinemateca, nos Coruchéus, no Museu da Marioneta ou noutros lugares.

O festival projecta-se também em workshops, masterclasses, exposições, um LittleShadow para o público infanto-juvenil e um conjunto de performances que inclui The Heroine's Journey de Anouk Froidevaux, o Sopro de Bruno Rodrigues e um espectáculo da bailarina e coreógrafa Dana Mussa que funciona como expansão ao vivo do filme Kieli Bi.

Um “oceano de sonoridades”

O Bossarenova Trio torna a embarcar em Atlântico. O álbum foi lançado em 2019, uma década depois deste grupo transatlântico ter sido fundado, na onda do cinquentenário da bossa nova e juntando a cantora brasileira Paula Morelenbaum ao pianista Ralf Schmid e ao trompetista de Joo Kraus, ambos alemães.

Em causa está um mergulho num “oceano de sonoridades” que, palavras da nota de imprensa, “traduz toda a beleza e encanto da música brasileira e de seus compositores” – entre eles, João Donato, Edu Lobo, Tom Jobim, Egberto Gismonti e Caetano Veloso.

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