A liberdade de Akturkoglu libertou o Benfica no Algarve

“Encarnados” venceram o Farense, que preferiu abdicar do ambiente do São Luís e do relvado mais reduzido para ter uma receita de bilheteira mais avultada.

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Farense e Benfica em duelo no Algarve Pedro Nunes / REUTERS
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No Benfica actual, ainda não é claro se será melhor opção ter Akturkoglu na ala ou atrás de Pavlidis, ainda que pareça, cada vez mais, que o turco no meio pode ser ainda melhor do que já vinha a ser como ala. Neste sábado, no triunfo (2-1) frente ao Farense, essa ideia adensou-se um pouco mais.

O Benfica sofreu um pouco na primeira parte, mas Bruno Lage voltou a mexer bem na equipa e corrigir a abordagem inicial ao jogo, tal como o Santa Clara, devolvendo Akturkoglu à zona central, onde está mais perto das zonas de finalização e não fica refém do um contra um puro, que não é uma virtude do turco.

4x3x3 de novo

Para esta temporada, o Farense preferiu abdicar do ambiente “quentinho” do São Luís e do relvado mais reduzido para poder ter receitas de bilheteira mais avultadas frente aos três “grandes”. Por isso, o jogo foi no estádio do Algarve, num ambiente mais “à Benfica”.

Tacticamente, o Benfica fez regressar o 4x3x3, abdicando do 4x4x2 sem Florentino que bons resultados deu frente ao Rio Ave e na segunda parte contra o Santa Clara.

Em teoria, nem seria o jogo ideal para isso – Aursnes a 6 tem conseguido ser um factor surpresa com movimentos verticais sem bola e, apesar de isso expor muito a equipa, esta nem seria a partida mais perigosa para isso.

Houve golos aos 15’ e 21’, em dois lances nos quais os alas se esqueceram de acompanhar os laterais adversários. Primeiro, foi Akturkoglu a não seguir Pastor depois de Carreras ter sido batido - o cruzamento também encontrou Bah “a dormir”, sendo surpreendido por Poveda, que rematou de primeira no centro da área.

Seis minutos depois, um apoio frontal de Pavlidis arrastou o central do meio (não costuma ser ele a sair nestes esquemas de três centrais) e isso desposicionou toda a defesa algarvia, que correu atrás de Akturkoglu – boa condução pela zona central. No final da jogada não houve, uma vez mais, o ala a acompanhar o lateral adversário, permitindo a Carreras finalizar vindo de trás.

Esta foi uma ocasião na qual o Benfica soube desmontar o 4x5x1 muito denso do Farense: primeiro com o apoio frontal de Pavlidis a arrastar um central, e depois com Akturkoglu a fugir do corredor, a desequilibrar pelo meio, a chamar o lateral à zona central e a deixar a ala livre para a chegada de Carreras.

Foi um bom desenho, mas tentado apenas um par de vezes – e apenas uma com sucesso.

Regresso ao 4x4x2

Para a segunda parte, Bruno Lage lançou Beste para jogar aberto pela esquerda, pedindo a Carreras a função de terceiro central, tendo tirado Bah do jogo.

Esse 3x2x5 em momento ofensivo pedia a Aursnes para fechar muitas vezes a lateral-direito sem bola e devolveu Akturkoglu à tal função teoricamente mais útil de segundo avançado, na qual já tinha tentado aparecer na primeira parte, nomeadamente aos 6’ e 41’, sem finalização a preceito. E houve efeito desta mudança.

O Farense teve três jogadores batidos na pressão e um quarto ainda foi tentar o desarme quando não era momento para isso. houve contra-ataque e bola no espaço para Di María.

O argentino puxou para dentro e Akturkoglu fez o movimento contrário no espaço, como tão bem pode fazer naquela posição. Houve cruzamento do turco e finalização de Pavlidis.

O resto da partida foi de domínio do Benfica com bola, baixando o nível de risco com um resultado perigoso, mas, ainda assim, vantajoso.

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