O tenebroso passado de uma empresa eléctrica nacional
Não é precisa muita sabedoria sobre energia ou sobre o poder do dinheiro para se dar conta de que os indícios que fundamentam a acusação do caso EDP nos confrontam com um filme de terror.
Entre os naturais alarmes das ruas a arder na Grande Lisboa e a depressão pelo incendiarismo das declarações de altos dirigentes dos extremos políticos, não houve compreensivelmente tempo para se prestar a devida atenção à notícia da semana: o Ministério Público acusou o antigo presidente executivo da EDP António Mexia e o seu colega que liderava a EDP Renováveis, João Manso Neto, do crime de corrupção. No rol dos acusados, entram o repetente Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates, dois membros do seu gabinete e um antigo director-geral de Geologia e Energia. Doze anos após o início das investigações e sete depois da constituição dos suspeitos em arguidos, o Ministério Público avança com uma acusação arrasadora para a credibilidade da República. Ou, melhor, mais uma acusação arrasadora.
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