FC Porto encerra 2023-24 com prejuízo de 21 milhões de euros

Capitais próprios da SAD continuam no vermelho, apesar da redução de mais de 11,3 milhões de euros no passivo global.

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André Villas-Boas tomou posse como presidente do FC Porto no final de Maio deste ano Nelson Garrido
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Está fechado, em termos contabilísticos, o ciclo da anterior gestão do FC Porto, sob a égide de Jorge Nuno Pinto da Costa. Os "dragões" apresentaram nesta quinta-feira os resultados financeiros consolidados do exercício 2023-24, com um prejuízo de 21 milhões de euros, apesar da melhoria registada face ao período homólogo.

Em termos globais, a SAD do FC Porto registou, a 30 de Junho, um capital próprio negativo no valor de 113,8 milhões de euros, ainda assim inferior aos 176 milhões do mesmo período do ano anterior.

O activo total atinge os 407,1 milhões de euros, traduzindo um aumento de 50,8 milhões face a Junho de 2023, especialmente fruto da reavaliação contabilística do Estádio do Dragão. O passivo, por sua vez, passou de 532,3 milhões para os actuais 520,9 milhões, uma redução de mais de 11,3 milhões.

"O resultado líquido consolidado, atribuível aos detentores de capital próprio da empresa-mãe, no exercício 2023/2024, foi negativo em 21,063 milhões, o qual reflecte um desagravamento face ao registado no período homólogo. No entanto, o EBITDA1 (Cash Flow operacional) foi positivo, atingindo os 60,283 milhões, reflectindo os meios libertos pela actividade operacional da sociedade", explicam os "azuis e brancos", em comunicado enviado à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários).

Neste período, acentuou-se também a dependência da venda de passes de jogadores, com os resultados operacionais a ficarem no vermelho (1,96 milhões negativos) se excluirmos as transferências de atletas. Mas neste capítulo, o das transacções de passes, verifica-se uma melhoria significativa.

"Os resultados relacionados com passes de jogadores atingiram os 9,2 milhões de euros, o que contrasta com os 24,148 milhões negativos obtidos em 2022-23. Os custos associados às amortizações e perdas por imparidade com passes diminuíram 5,751 milhões e os resultados com cedência de passes de jogadores cresceram 27,597 milhões, tendo contribuído com 41,578 milhões para o resultado", acrescentam os "dragões".

De resto, a melhoria nos resultados operacionais foi clara - passaram de 24,2 milhões negativos para 7,2 milhões positivos - e o executivo agora liderado por André Villas-Boas aproveitou para detalhar os termos da renegociação do contrato com a Ithaka, empresa que vai explorar comercialmente o Estádio do Dragão.

"A Ithaka passará a deter 30% dos direitos económicos da Porto Stadco, uma nova empresa que surge através de cisão da Porto Comercial, que passa a efectuar a exploração comercial do Estádio do Dragão, por um montante total que poderá atingir 100 milhões de euros, sendo 35 milhões condicionados ao atingimento de objectivos. O closing da operação, assim como o recebimento de 50 milhões, ocorreu, como previsto, no final de Outubro de 2024", detalha.

O FC Porto vai, de resto, manter o controlo e a gestão sobre as operações do Estádio do Dragão, com o apoio da Ithaka, bem como a propriedade total do recinto ao longo dos 25 anos da parceria, podendo recuperar 100% dos direitos económicos da Porto Stadco no final desse período.

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