Pseudociência. O elefante na sala da espiritualidade Nova Era #ComoAssim

Neste episódio de #ComoAssim, olhamos para o elefante na sala: o discurso pseudocientífico que se instalou no movimento espiritual Nova Era.

No último episódio de #ComoAssim, visitámos o retiro Diana Gathering, em Mação, organizado por Rute Caldeira e Tiago Farraia, um casal de professores de ioga e meditação. O encontro incluiu práticas como ioga, meditação, soundhealing e uma cerimónia de cacau, típicas de um universo espiritual que atrai cada vez mais seguidores: o movimento Nova Era.

Mas, além das práticas de bem-estar, neste grupo cresce também uma tendência inquietante: a rejeição da ciência moderna.

Entre meditações e rituais, é comum ouvir discursos de desconfiança em relação à medicina e à indústria farmacêutica, com muitos participantes a recusarem medicamentos, vacinas e diagnósticos médicos.

Ao longo do retiro, ouvem-se expressões que fazem soar alarmes: “há cinco mil anos sabíamos mais sobre saúde do que sabemos hoje”; “a meditação pode curar o cancro”; “o cacau é um antidepressivo e combate a ansiedade”.

Ao promover práticas ditas naturais e alternativas, o movimento tende a rejeitar o conhecimento científico, ecoando um discurso de auto-suficiência onde a responsabilidade pela saúde recai apenas sobre o indivíduo.

Mas o que explica esta tendência do movimento Nova Era para diabolizar o progresso científico?

Neste episódio, partimos do exemplo da espiritualidade à volta do cacau – porque nos ajuda a perceber a maneira como funciona o movimento, de que forma bebe de outras culturas e as adapta debaixo deste chapéu de espiritualidades.

Através deste exemplo, olhamos para o elefante na sala: o discurso pseudocientífico que se instalou no movimento Nova Era e os riscos que pode trazer para a nossa saúde.

Para isso, ouvimos Armando Brito de Sá, especialista em medicina geral e familiar com particular interesse por promover a literacia científica, David Marçal, bioquímico, divulgador de ciência e autor do livro Pseudociência, Donizete Rodrigues, professor de Sociologia e Antropologia, e ainda Lucimara Rett, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a fazer um caminho espiritual na cosmovisão Maia.


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