Assembleia Municipal defende redução da velocidade rodoviária na maior parte de Lisboa

O objectivo é tornar as zonas em volta das escolas mais seguras.

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A recomendação do PAN centra-se na redução do limite de velocidade máxima para 30 quilómetros por hora Daniel Rocha
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A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou uma recomendação do PAN para que a câmara crie áreas seguras nas imediações das escolas, inclusive reduza a velocidade máxima para 30 quilómetros por hora "na maior parte da zona urbana". A recomendação "Lisboa uma cidade mais amiga das crianças", apresentada pelo deputado único do PAN - Pessoas - Animais - Natureza, António Morgado Valente, foi votada por pontos, tendo todos sido aprovados, desde logo a ideia de "criar áreas seguras nas imediações das escolas, onde as crianças possam atravessar as ruas sem a necessidade de constante supervisão adulta e brincar em locais protegidos dos riscos associados ao trânsito e à poluição".

Esse ponto teve os votos contra de PSD, IL, PPM e CDS-PP, a abstenção do Chega e os votos a favor de BE, Livre, PEV, PCP, dois deputados independentes dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), PS, PAN, MPT e Aliança. Com os votos contra do Chega e os votos a favor dos restantes, a assembleia aprovou a recomendação para "implementar percursos seguros para as escolas, promovendo a mobilidade activa, com condições efectivas para caminhar ou andar de bicicleta".

A proposta do PAN para que a câmara adopte medidas rodoviárias que protejam as crianças, "como a redução da velocidade máxima para 30 quilómetros por hora na maior parte da zona urbana e instalação de lombas ou passeios contínuos para moderar a velocidade dos automóveis", foi viabilizada com os votos contra de PSD, IL, PPM, Aliança, CDS-PP e Chega, a abstenção de MPT e os votos a favor dos restantes.

Outros dos pontos aprovados são para aumentar as zonas pedonais quando se revele necessário para evitar que os peões circulem nas faixas de rodagem; tornar os espaços em redor das escolas seguros e livres de poluição atmosférica, poluição sonora e de tráfego intenso, para que as crianças possam deslocar-se com segurança, ao mesmo tempo que, se contribui para um ambiente mais saudável; e aumentar e melhorar a oferta de transportes públicos de forma a torná-los mais atractivos face ao transporte individual, com horários regulares, sobretudo os autocarros escolares "amarelos" destinados ao transporte escolar.

Perante a recomendação do PAN, o deputado único do MPT, José Inácio Faria, questionou a redução da velocidade máxima para 30 quilómetros por hora e o eleito da IL Rodrigo Mello Gonçalves manifestou dúvidas sobre a exequibilidade de alguns dos pontos. Nenhuma outra força política se pronunciou sobre a proposta durante a reunião. "Em Lisboa, junto a escolas, haver zonas sem risco de trânsito ou poluição é uma utopia", afirmou o deputado da IL, considerando que a implementação de zonas de 30 quilómetros por hora "não vai resolver nada, só vai entupir o trânsito na cidade", apoiando as ideias relativas a percursos seguros, zonas pedonais ou melhoria do transporte escolar.

Rodrigo Mello Gonçalves disse ainda que "mais do que criar zonas para as crianças brincarem à volta das escolas, aquilo que a autarquia e o Estado têm de fazer é garantir que dentro das escolas as crianças tenham zonas para brincar, porque há muitas escolas que estão em péssimo estado por desinvestimento do Estado central e da câmara".

Em resposta, o deputado do PAN, António Morgado Valente, afirmou que "não é uma utopia melhorar as condições de meio ambiente e de segurança das crianças na cidade de Lisboa", lembrando as propostas do partido para proibir os voos nocturnos e para a electrificação do Porto de Lisboa e sublinhando que a redução da velocidade rodoviária é determinante para a redução do impacto em caso de acidente.

Em representação da câmara, a vereadora da Educação e dos Direitos Sociais, Sofia Athayde (CDS-PP), destacou as "muitas medidas" implementadas em resposta às crianças, nomeadamente na mobilidade junto às escolas, com mais segurança nos acessos pedonais, requalificação da zona envolvente e acalmia de tráfego rodoviário. Sublinhou que Lisboa é reconhecida pela Unicef como uma cidade amiga das crianças e referiu que as quatro Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) da cidade tiveram um reforço dos serviços disponibilizados, inclusive com o aumento da capacidade de resposta do consultório social. "É nossa intenção dar continuidade e melhorar as políticas de combate à exclusão, à desigualdade e à discriminação, fomentando a segurança, a inclusão e pensando o espaço público como um todo, onde as crianças se sintam seguras e felizes", reforçou.