O multimilionário Elon Musk confessou a fontes próximas, segundo uma investigação do New York Times (NYT), que pretende habitar um condomínio privado com os seus, pelo menos, 11 filhos e duas das suas três mães. As propriedades adquiridas pelo dono da aplicação X, na cidade de Austin, Texas, custaram cerca de 35 milhões de dólares. O jornal norte-americano indicou que o objectivo do empresário é fazer com que “os filhos mais novos possam fazer parte da vida uns dos outros” e que o pai possa ter tempo para estar com eles.
Várias pessoas em Austin contaram ao NYT que, quando Musk está na cidade, normalmente fica numa terceira mansão, a dez minutos a pé das duas propriedades adquiridas para a família. O multimilionário tem tentado manter a sua numerosa linhagem em segredo, e o facto de não se saber nada acerca dos seus filhos é prova disso. Para já, uma das mães, Shivon Zilis, executiva da Neuralink, a start-up de tecnologia cerebral de Musk, mudou-se para uma das casas com os filhos. O mesmo não aconteceu com Claire Boucher, a artista também conhecida como Grimes, que é mãe de três dos seus filhos e está numa prolongada disputa legal com Musk.
A terceira mãe é a primeira mulher de Musk, Justine Musk, com quem tem cinco filhos, todos adolescentes ou mais velhos. Há espaço no complexo de Austin caso eles queiram fazer uma visita, embora o multimilionário não mantenha relações com pelo menos um desses filhos. Trata-se de Vivian Wilson, uma jovem “trans” que nasceu Xavier e que, por isso, Musk veio declarar: “O meu filho Xavier [o nome anterior de Vivian] está morto, assassinado pelo vírus da mente woke.”
Elon Musk rege-se pela crença da necessidade de aumentar a população mundial. De acordo com o NYT, nos últimos dois anos, o fundador da SpaceX tem mostrado uma visão “apocalíptica” sobre o tema, ao acreditar que “um colapso populacional global” se aproxima-se e “vai acabar com a Humanidade”. Consequentemente, tem usado a rede social X para incentivar as pessoas a procriarem: “Deveria ser considerado emergência nacional ter filhos”, publicou Musk na plataforma, em Junho. Três meses depois, partilhou o número de nascimentos na Europa para revelar a sua preocupação com o colapso da população.
O multimilionário terá mesmo chegado a oferecer o próprio esperma a amigas e conhecidas, incluindo a advogada Nicole Shanahan, outrora candidata à vice-presidência pela campanha independente de Robert F. Kennedy Jr. e actual apoiante de Trump. Segundo fontes ouvidas pelo NYT, a ex-mulher do co-fundador do Google, Sergey Brin, “terá recusado a proposta de Musk”.
Crenças partilhadas
Se, inicialmente, Elon Musk se manteve afastado da campanha à Casa Branca, nas últimas semanas tem participado activamente, inclusive com o anúncio de pagar um milhão de dólares (cerca de 919.600 euros), por sorteio, a quem assine a sua petição de apoio à Primeira e Segunda emendas da Constituição dos EUA, ou seja, a liberdade de expressão e o direito ao porte de armas. Até agora, já atribuiu esse valor a duas pessoas, uma iniciativa que pode estar a violar a lei federal, avisou o Departamento de Justiça norte-americano.
Musk criou o America PAC, um comité de acção política para apoiar a campanha presidencial de Trump, e doou, entre Julho e Setembro, cerca de 72 milhões de dólares (66 milhões de euros) ao grupo, que está a ajudar a mobilizar e a registar os eleitores nos estados mais relevantes que podem decidir o resultado. Nos Estados Unidos, um PAC é uma organização isenta de impostos que reúne contribuições de campanha de membros e doa esses fundos para campanhas a favor ou contra candidatos, iniciativas de votação ou legislação.
Segundo o Wall Street Journal, citando fontes secretas, Elon Musk e Vladimir Putin têm estado em contacto regular desde o fim de 2022. O Presidente russo terá mesmo pedido um favor ao multimilionário em nome de Xi Jinping, o líder chinês e forte aliado do regime russo: que não activasse a Starlink, um enxame de satélites para acesso à Internet, sobre o território de Taiwan.
As crenças de Musk em relação ao declínio da natalidade são partilhadas pelo candidato republicano à vice-presidência, JD Vance, pela primeira-ministra italiana Georgia Meloni — com quem recentemente Musk veio negar ter uma relação —, e pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.