Governo do Irão quer aumentar o seu orçamento militar em 200%

Poucos dias depois do ataque israelita contra a República Islâmica, porta-voz do executivo iraniano dá conta da apresentação de uma proposta de aumento das despesas militares ao Parlamento.

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Ataques israelitas no fim-de-semana mataram quatro soldados iranianos ABEDIN TAHERKENAREH / EPA
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O Governo iraniano está a planear um aumento de cerca de 200% do orçamento militar da República Islâmica, anunciou nesta terça-feira Fatemeh Mohajerani, porta-voz do executivo, em declarações à imprensa estatal.

O porta-voz não ofereceu mais pormenores sobre o plano, mas a Reuters escreve que foi enviada uma proposta detalhada do Governo para a Assembleia Consultiva Islâmica (Parlamento) para aprovação.

Segundo o canal televisivo norte-americano Fox News, o orçamento alocado às Forças Armadas iranianas para 2024 andava próximo dos 17 mil milhões de dólares (cerca de 15,7 mil milhões de euros).

Este anúncio surge um dia depois de um porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros ter assegurado que “o Irão vai utilizar todos os instrumentos possíveis” para responder de forma “definitiva e eficaz” ao ataque lançado por Israel contra o país durante o fim-de-semana.

Entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, caças israelitas atingiram pelo menos 20 instalações militares e locais de fabrico de armas em diferentes zonas do Irão, incluindo na capital, Teerão. Quatro soldados iranianos morreram, segundo a Força Aérea do país.

Reconhecida, pela primeira vez, pelas autoridades políticas e militares de Israel, a operação militar contra o Irão foi justificada como resposta ao ataque iraniano de 1 de Outubro, que envolveu o disparo de mais de 180 mísseis contra o território israelita — ataque que o Irão disse ser uma retaliação pelos assassínios do líder do Hamas, em Teerão, e do líder do Hezbollah libanês, em Beirute.

Na reunião de segunda-feira do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, a Administração Biden afirmou que o Irão pode sofrer “consequências graves” se voltar a atacar Israel.

“Os Estados Unidos não querem assistir a uma nova escalada. Acreditamos que este deve ser o fim da troca directa de tiros entre Israel e o Irão”, disse Linda Thomas-Greenfield, embaixadora norte-americana na ONU.

“O Irão tem defendido sistematicamente a diplomacia”, respondeu-lhe, no entanto, Amir Saied Iravani, representante da República Islâmica na organização mundial, acusando os EUA de “cumplicidade” com Israel, através do seu apoio militar.

“Enquanto Estado soberano, a República Islâmica do Irão tem um direito inerente de responder a este acto de agressão no momento que escolher”, defendeu o diplomata iraniano.

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