Lucros do Santander até Setembro crescem 25% para 778 milhões

A margem financeira continuou a suportar o crescimento dos lucros do Santander nos primeiros nove meses deste ano, período em que o banco viu a carteira de crédito aumentar em quase 7%.

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Pedro Castro Almeida, presidente do Santander Portugal TIAGO PETINGA / LUSA
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O Santander Portugal reportou resultados líquidos superiores a 778 milhões de euros no conjunto dos primeiros nove meses do ano, montante que representa uma subida de 25% em relação aos lucros de 621 milhões que tinham sido registados em igual período do ano passado. Num contexto de taxas de juro em níveis elevados, a margem financeira continua a crescer a ritmo acelerado e a suportar a evolução dos resultados, enquanto a actividade comercial também aumenta.

Os resultados foram divulgados, nesta terça-feira, em comunicado enviado às redacções. "No final de Setembro de 2024, [o Santander] obteve um resultado líquido de 778,1 milhões de euros, que compara com 621,7 milhões no final do mesmo período de 2023", pode ler-se no comunicado.

Este valor é alcançado num período em que o banco viu a actividade comercial evoluir de forma positiva. No final de Setembro, os recursos de clientes ascendiam a 45,6 mil milhões de euros, um crescimento de 5,5% face a igual período do ano passado, que é explicado, sobretudo, pelo aumento acelerado pelos recursos fora de balanço, com destaque para os fundos de investimento geridos ou comercializados pelo banco, que cresceram quase 15%. Por seu lado, os depósitos de clientes aumentaram em 4,2% e totalizaram mais de 36,9 mil milhões de euros.

Também no crédito se verificou um crescimento. No período em análise, a carteira de crédito do Santander totalizava 47,9 mil milhões de euros, um aumento de 6,6% em relação ao ano passado, que o banco explica com a redução das taxas de juro entretanto verificada, que terá levado a uma maior procura. "A partir do final do Verão de 2023, o banco adaptou a sua oferta ao novo contexto de taxas de juro, traduzindo-se no crescimento da captação de novos clientes, em segmentos de maior valor, com o consequente crescimento do crédito. O novo ciclo de taxas de juro também minimizou a actividade de amortização de créditos, que tinha sido mais marcada no primeiro semestre de 2023", indica o comunicado.

A carteira de crédito à habitação cresceu em quase 4% e totalizou 23 mil milhões de euros, enquanto o crédito a empresas aumentou perto de 10% e ascendeu a 22,8 mil milhões de euros, refere também o comunicado.

Ainda no que diz respeito ao crédito, o nível de malparado (medido pelo Santander pelo rácio de non-performing exposures, ou exposições não produtivas) aumentou ligeiramente, em 0,1 pontos percentuais, e fixou-se em 1,7% no final de Setembro, uma evolução que não é explicada pelo banco.

Margem financeira cresce 20%

Perante o crescimento da actividade comercial, o Santander viu a margem financeira (indicador que mede a diferença entre os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos, que tem sido um dos principais impulsionadores dos resultados da banca) a aumentar novamente a um ritmo acelerado, uma tendência que se tem mantido ao longo deste ano, apesar dos avisos que foram sendo feitos pelos presidentes dos vários bancos de que este ciclo iria inverter-se quando os juros começassem a baixar.

A margem financeira do Santander totalizou 1244,4 milhões de euros no conjunto de Janeiro a Setembro deste ano, um aumento de 20,5% em relação ao ano passado. Este indicador "continua a beneficiar da subida das taxas de juro de referência executada até Setembro de 2023, mas a um ritmo progressivamente menor, pois o Banco Central Europeu já tem em curso um ciclo de descida das taxas de referência, que começa a afectar a dinâmica intra-anual da margem, que se traduz numa redução face quer ao pico, observado no quarto trimestre de 2023, quer ao trimestre anterior", justifica o banco.

Já as receitas obtidas por via de comissões ascenderam a 345 milhões de euros, uma redução anual ligeira de 0,2%, enquanto os custos operacionais aumentaram também de forma pouco expressiva, com uma subida de 0,6%, para 389,8 milhões de euros.

O produto bancário aumentou, assim, em 14,5% e fixou-se em 1612,3 milhões de euros.

O Santander manteve, por outro lado, "níveis de capitalização bastante elevados" e "claramente acima dos requisitos mínimos exigidos" pelo regulador, com o rácio common equity tier 1 (principal indicador utilizado para medir os níveis de capitalização de um banco) a aumentar em 0,4 pontos percentuais, para 16,7% no final de Setembro.

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