Outra vez Habitação. Que futuro?

No sétimo episódio de Por Portas e Janelas, questionamo-nos sobre o futuro da habitação. Quais as mudanças necessárias e a melhor solução para o problema?

Após um confronto com a realidade actual da crise de habitação, chegamos ao sétimo episódio deste programa e questionamo-nos: que futuro? Quais as mudanças necessárias? Que medidas devemos implementar? Qual a melhor solução para o problema?

Falamos com vários convidados, de diversos campos disciplinares, sobre esta perspectiva, traduzindo, precisamente, a necessidade de dialogar e perspectivar desígnios para o futuro, através da Sociologia, da Geografia, da Paisagem, da Arquitectura.

Partindo das diversas medidas que podemos implementar no futuro, começamos por conversar com o arquitecto Paulo Martins Barata, que propõe a revisão dos planos directores municipais, de forma a aumentar a área bruta de construção e a densificação dos centros através do número de pisos, por exemplo, atendendo às zonas protegidas e às cartas de salvaguarda do território, que tantas vezes acrescentam entropias e se opõem às necessidades.

Tiago Antero, arquitecto dos ATA atelier, aponta uma perspectiva sobre os concursos públicos de habitação como uma solução. No entanto, é bastante crítico em relação aos modelos monofuncionais actuais como resposta à cidade, que resultam numa deficiente adequação às diferentes paisagens e territórios.

No seguimento deste tema, Miguel Judas aborda também os concursos públicos, evoca o papel dos privados na equação e a necessidade de rever o código legislativo, reduzindo a sua complexidade.

Joana Pestana Lages, investigadora do Centro de Estudos Socioeconómicos e Territoriais do ISCTE, critica o modelo tipológico conservador dos concursos públicos lançados. Aponta à diversidade dos modelos de famílias contemporâneas, aos exemplos de coliving, partilha de espaços, que por sua vez exigem esquemas funcionais com maior flexibilidade e experimentação tipológica e construtiva.

Sandra Pereira, socióloga e co-coordenadora do WG Southern European Housing do European Network for Housing Research/ENHR, fala-nos da habitação como foco das políticas públicas, olhando para os exemplos internacionais.

Andreia Galvão vê na mobilidade e na organização social do território uma solução para o problema. Redesenhar o espaço público, criar zonas de convivência e lazer, de forma a transformar a casa não apenas no espaço onde se dorme, mas no espaço onde se vive.

Por último, o geógrafo João Ferrão afasta a ideia da habitação como problema restrito da construção. Por isso, aponta como medidas necessárias a perscrutação de quatro ou cinco âncoras e agir a curto, médio e longo prazo. Este termina abordando as experiências de outros países como referência para implementação.

Por Portas e Janelas é um programa sobre arquitectura, agora pela voz das principais instituições, que juntas entram em diálogo rumo a novas matérias, técnicas e discursos, iniciando conversas sobre cidades, problemas e perspectivas. Um programa semanal, de 12 episódios, que coloca em diálogo o MAC/CCB – Centro Cultural de Belém, a Trienal de Arquitectura de Lisboa e a Casa da Arquitectura. Cada uma das instituições contribui com quatro episódios, num total de 12 conversas.

No próximo episódio, voltamos a um diálogo com a Trienal de Arquitectura, com as Conversas et Al., agora sobre o papel da imagem e o processo em arquitectura, com os convidados FMVS Arquitectos e Frederico Martinho.

  • Locução: Carla Lopes
  • Edição: Soraia Fernandes, Maria João Jorge e Pedro Campos Costa
  • Técnico: Miguel Serrão
  • Música: Ricardo Jacinto
  • Apoio: DGArtes
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