PS/Açores fala de 56 “professores fantasma” em escola das Flores

Associação de Pais da Escola Básica e Secundária das Flores diz que há 56 professores nos quadros que nunca deram aulas ali. PS/Açores denunciou o caso, mas a Secretaria Regional da Educação nega.

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A Secretaria Regional da Educação nos Açores diz que faltam apenas dois professores na região Adriano Miranda
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O PS/Açores alertou esta quinta-feira, 24 de Outubro, para a existência de “56 professores fantasma” na Escola Básica e Secundária das Flores, que correspondem a docentes que, embora estejam nos quadros da ilha, “nunca leccionaram naquela escola”. “Foi-nos informado a existência de 56 ‘professores fantasma’ que constam no quadro da escola, mas que nunca leccionaram, situação que se tem vindo a agravar-se a cada ano, para a qual o PS/Açores já havia alertado o Governo Regional, quando decidiu efectuar alterações nessa matéria”, refere a deputada do PS Dora Valadão, em comunicado.

Segundo a parlamentar socialista, a Secretaria Regional da Educação não confirma, no entanto, estes dados que foram divulgados pela Associação de Pais dos alunos do estabelecimento de ensino e confirmados pelo Conselho Executivo, insistindo que faltam apenas dois professores em toda a região. “Estas situações foram denunciadas pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da ilha, numa reunião realizada esta terça-feira, bem como pelo Conselho Executivo da Escola Básica e Secundária das Flores, no âmbito de uma visita que o grupo parlamentar do PS/Açores está a realizar àquela ilha”, realça Dora Valadão.

Ainda de acordo com a deputada socialista, a Associação de Pais e a própria escola identificaram várias outras preocupações, designadamente com a infra-estrutura escolar, em especial o edifício do primeiro ciclo, que se encontra em condições “precárias”, que obrigaram a que os alunos do 4º ano tivessem sido transferidos para o edifício do segundo ciclo.

“Também houve atrasos significativos na disponibilização dos manuais digitais, que, apesar de terem sido solicitados a tempo por parte da escola, não chegaram no início do ano lectivo, para além de que a Associação de Pais defende que estes manuais devem ser um recurso complementar e não exclusivo”, acrescenta.

Dora Valadão assegura que a bancada do PS no parlamento açoriano não pretende “estar constantemente a criticar o sector da educação” nos Açores, mas lamenta que, perante estas “denúncias e reivindicações” feitas pelos órgãos de escola, ainda não tenha havido “qualquer resposta” por parte da tutela. “Este é mais um exemplo do abandono a que a ilha das Flores tem sido sujeita pelo actual Governo de coligação [PSD/CDS-PP/PPM]”, acrescenta a deputada socialista, considerando que “não há justificação para que as preocupações e os anseios dos florentinos continuem sem resposta e sem ação, deixando a população entregue à sua sorte”.