Óculos brasileiros em terras lusitanas: o Brasil que produz de Portugal para o mundo

Chilli Beans têm 110 pontos de venda fora do Brasil. Produção a partir de Portugal será direcionada a países de Europa, Ásia e Oriente Médio. Projeto está sendo assessorado pela Ibero Partners.

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Empresas brasileiras, como a Chilli Beans, estão se internacionalizando a partir de Portugal DIVULGAÇÃO
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A brasileira Chilli Beans abrirá um centro de produção de óculos em Portugal. O objetivo é abastecer, a partir do país europeu, os 110 pontos de venda espalhados pelo mundo. A fábrica ficará em Ílhavo, Aveiro, Norte português e, para viabilizar o projeto, a empresa já investiu 10 milhões de euros (R$ 60 milhões) em um centro de inovação industrial. Segundo Renato Chiodaro, responsável pelo hub de internacionalização da marca, a Chilli Beans tem, atualmente, nove revendas em Portugal e duas na Alemanha. A meta é chegar a 30 pontos em território luso até o fim de 2025 e entrar na Espanha.

O projeto de expansão internacional da Chilli Beans está sendo assessorado pela Ibero Partners, que tem atraído empresas brasileiras interessadas em explorar o mercado europeu a partir de Portugal. “Neste momento, estamos dando consultoria para investimentos avaliados em 50 milhões de euros (R$ 300 milhões). E temos 43 empresas na fila de espera”, diz Simão Calado, CEO da empresa em Portugal. “São diversos projetos em pesquisa e desenvolvimento, inovação industrial e internacionalização”, acrescenta. “A nossa missão é garantir um pouso suave para as empresas em território português.”

As estratégias incluem, inclusive, busca por fontes de financiamentos portugueses e europeus, com juros muito baixos ou mesmo a fundo perdido. “É uma forma de dar mais sustentabilidade aos negócios, pois os primeiros meses, em que os gastos são muito elevados, acabam sendo turbulentos”, diz Calado. Investir em outro país, acrescenta ele, requer cuidados redobrados para lidar com a legislação local, medir o potencial dos mercados e definir que rumos devem ser tomados. “Tudo é avaliado com bastante critério. Estamos falando de investimentos significativos, de vários clusters de empresas”, complementa.

Mundo disruptivo

Além da Chilli Beans, a Ibero Partners tem no seu portfólio de assessorados empresas com projetos disruptivos, como os Guga Stocco, que fez um lançamento de ações (IPO) e está cotado no Mercado Bitcoin. Entre as empresas dele estão a V7, que produz bioplástico à base de soro de leite, e a Ultragraf, fabricante de fibras de vidro para vergalhões em substituição ao ferro. Há, ainda a Primefy, que está trazendo um novo conceito para meios de pagamento na Europa. “Nosso objetivo é tirar vantagem do interesse dos europeus por esse mundo novo, pelas questões ambientais”, frisa Calado.

Ele destaca, ainda, que este é um momento muito propício para investimentos brasileiros em Portugal, ponte efetiva para um mercado europeu de mais de 500 milhões de consumidores. “A Chilli Beans, por exemplo, não está apenas de olho no mercado europeu. Também pretende colocar os óculos fabricados em Portugal em pontos de venda na Ásia e no Oriente Médio”, detalha. Contudo, assinala o executivo, nada deve ser feito de forma açodada. “Os investimentos precisam ter direcionamento certo, foco, para que os resultados sejam os esperados”, ensina.

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