Nova aurora boreal em Inglaterra era, afinal, luz de uma fábrica de tomate
Uma cidadã britânica de 56 anos partilhou esta quarta-feira, nas redes sociais, o que acreditava ser mais uma aurora boreal em Inglaterra. Afinal, eram só luzes LED usadas na produção de tomate.
Na madrugada desta quarta-feira, em Suffolk, na costa Leste de Inglaterra, foi visível um espectáculo de luzes nos céus, pintados de cores avermelhadas. Uma residente local correu para anunciar o fenómeno nas redes sociais. Era a primeira vez que via uma aurora boreal — ou seria, se as luzes no céu não fossem de uma fábrica de produção de tomates.
Dee Harrison, de 56 anos, moradora da cidade de Ipswich, em Suffolk, partilhou esta quarta-feira três fotografias do que acreditava ser uma aurora boreal, captadas pelas 5h15 da madrugada, numa página de Facebook dedicada aos residentes de Suffolk.
Foi Sol — ou aurora — de pouca dura. Rapidamente, alguns utilizadores da rede social comentaram a publicação de Harrison para esclarecer que se tratavam apenas de luzes de uma fábrica, visíveis em dias de maior nevoeiro.
As responsáveis pelo espectáculo nocturno foram as luzes LED da fábrica de produção de tomates da Suffolk Sweet Tomatoes, usadas para acelerar o crescimento do fruto.
“Primeiro, pensei que algo estava a arder, mas quando estacionei vi o céu de um cor-de-rosa intenso. Parecia ainda mais brilhante através da câmara do meu telemóvel e pensei que fosse uma aurora”, explicou Dee Harrison, entrevistada pela britânica BBC.
“Infelizmente, não era, fiquei um pouco desiludida porque pensei que tinha acordado cedo para ver esta aurora e que a tinha só para mim”, confessou. “Conduzo naquela estrada há mais de dois anos e esta foi a primeira vez que a vi. É engraçado como nunca tinha reparado.”
Mas uma aurora boreal em Inglaterra não seria novidade este ano. A 10 de Maio, numa noite de céu limpo, cidadãos em quase todos os lugares do Reino Unido conseguiram ver a aurora, incluindo no Sul, onde o fenómeno é mais raro.
Ainda há duas semanas, outro fenómeno pouco comum, semelhante às auroras boreais, apareceu nos céus britânicos. O STEVE (sigla inglesa para Strong Thermal Emission Velocity Enhancement) apresenta-se, como explica a NASA, como um “raro, misterioso e brilhante arco púrpura que vai de Leste a Oeste" e que "ocorre mais perto do equador do que as auroras boreais”.
Por cá, Portugal já foi presenteado por três auroras boreais nos últimos meses, originadas por uma tempestade geomagnética de grande intensidade. Até ao momento, sem relatos de céus pintados por fábricas de produção de tomate.