Três pessoas detidas após desacatos em bairros da Grande Lisboa

Mais duas pessoas foram detidas nos desacatos em vários bairros. São suspeitas de ter ateado fogos e agredido agentes da PSP destacados para os bairros. Ministra fala de distúrbios “inadmissíveis”.

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Um agente foi apedrejado na Amadora e duas viaturas policiais ficaram danificadas, bem como outras cinco viaturas. Vários caixotes do lixo foram incendiados Nuno Ferreira Santos
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Os confrontos registados em vários bairros de Lisboa na sequência da morte de um homem baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) na Cova da Moura já resultaram em três detenções, disse fonte policial à Lusa e confirmou a ministra da Administração Pública, Margarida Blasco. Duas das pessoas foram detidas por incêndio e agressões a polícias. Outra foi detida por posse de material combustível que pode ter sido utilizado nos incêndios registados nas últimas horas nesses mesmos bairros.

Os desacatos têm sucedido desde segunda-feira após a morte de Odair Moniz, um cozinheiro cabo-verdiano de 43 anos e pai de três crianças que foi atingido por dois tiros. Os protestos começaram na Cova da Moura, onde o cidadão morreu, mas espalharam-se a várias zonas de Lisboa, nomeadamente Carnaxide (Oeiras), Casal de Cambra (Sintra) e Damaia (Amadora).

De acordo com uma fonte oficial, um agente foi apedrejado na Amadora e duas viaturas policiais ficaram danificadas, bem como outras cinco viaturas, e vários caixotes do lixo foram incendiados. "Um grupo tentou incendiar, sem sucesso, uma bomba de gasolina", disse a mesma fonte. No bairro da Portela, Carnaxide, Oeiras, foi incendiado na terça-feira à noite um autocarro, além de vários caixotes do lixo e uma viatura ligeira.

Em breves declarações aos jornalistas já esta manhã, a ministra Margarida Blasco confirmou as três detenções e garantiu que as forças de segurança estão a dar apoio à população e que "tudo farão para deter aqueles que têm participado nestes distúrbios": "Queria também fazer uma especial menção àqueles que estão a trabalhar para acabar com estes distúrbios perfeitamente inadmissíveis que não permitem às populações fazer a sua vida normal", disse a governante.

À entrada da Cimeira Luso-Espanha, que se realiza em Faro, a ministra afirmou que as forças de segurança estão a trabalhar “para acabar com os distúrbios inadmissíveis, que não permitem às populações deslocarem-se e fazer a sua vida laboral normal e acompanhar crianças à escola”. “Queria dizer que Policia de Segurança Pública, em articulação com todas as outras forças de segurança, estão a repor e a dar apoio às populações”, reforçou.

Margarida Blasco afirmou que o Governo e ela própria têm “estado a acompanhar, desde o princípio a desordem pública que tem sido causada nesse e noutros bairros”, referindo-se aos desacatos que aconteceram no Bairro do Zambujal, na Buraca e na Portela de Carnaxide.

“Esta noite fizemos uma reunião de urgência do SSI [Sistema de Segurança Interna]”, disse Margarida Blasco. A ministra não revelou que acções operacionais poderão acontecer. “As forças de segurança tudo farão para manter a ordem e deter todos os que estão a cometer actos de vandalismo”, voltou a dizer.

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