Um bairro multiétnico às portas de Lisboa chora a morte violenta de “homem bondoso”
A admiração pela violência dos desacatos da madrugada passada era grande, tal como o choque pela morte, na véspera, em circunstâncias pouco claras, de um habitante do bairro. Ninguém previa tal coisa.
“Era um bom moço, um bom rapaz, honesto e trabalhador. Não se metia com ninguém. Não se admite uma coisa destas.” A afirmação é disparada, seguida de um esgar de dor, a cada interpelação por um comentário sobre as possíveis razões dos tumultos da madrugada de terça-feira, no Bairro do Zambujal, na Amadora. O “moço” era Odair Moniz, 43 anos, natural daquele aglomerado situado entre o IC19 e a CRIL, morto na madrugada de segunda-feira, no bairro vizinho da Cova da Moura, por disparos de um agente da PSP, após uma perseguição automóvel que terá incluído o abalroamento de vários carros. Uma decisão que terá sido motivada, disse a força da autoridade, pelo facto de Odair ter resistido à detenção e tentado agredir os agentes “com recurso a arma branca”.
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