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Voando sobre os Alpes suíços (e aterrando entre queijos e chocolates)
Lá do alto, há vistas deslumbrantes e uma experiência estimulante e serena. No chão, cafés aconchegantes, chocolates suíços e muita raclette.
O vento bate-nos no rosto enquanto voamos acima dos Alpes Suíços. O chão parece longe enquanto deslizamos sobre picos irregulares com apenas o som da brisa e o farfalhar de um pára-quedas a interromper as vistas deslumbrantes. A experiência é estimulante e serena. É uma das razões pelas quais as pessoas vêm para esta aldeia em Mont Fort, perto das fronteiras francesa e italiana.
A experiência mudou a vida do instrutor de parapente Mike Belbas, que veio pela primeira vez a Verbier em 1997 para uma temporada de esqui com o irmão gémeo, Stuart. Depois de fazer um curso de parapente, os irmãos tornaram-se instrutores — e em 2002 abriram a escola de parapente Verbier Summits.
Desde então, a escola tornou-se uma das principais atracções da indústria turística de Verbier, especialmente porque as mudanças nas condições climáticas tornaram a temporada de esqui menos previsível. A escola oferece uma variedade de cursos, garantindo que qualquer pessoa aventureira possa voar.
O curso para iniciantes dura duas semanas. Ao terceiro dia, os alunos estão geralmente prontos para o primeiro voo a solo.
“É a interacção com as pessoas que amamos. Alguns dos alunos simplesmente gritam de alegria”, comenta Belbas a propósito dos voos particularmente populares no Inverno, nos dias em que as condições de esqui podem ser menos favoráveis. É uma experiência que atrai pessoas de todo o mundo, ansiosas por ver os Alpes de um novo ângulo.
Lá em baixo, depois do voo, descobrimos uma cidade famosa pela sua vibrante cena pós-esqui, cafés aconchegantes e lojas que oferecem chocolates suíços e equipamentos de montanha. Verbier também abriga alguns restaurantes excepcionais, onde você pode saborear o favorito local: a raclette.
A Raclett’House é um dos locais mais queridos do vale quando o assunto é queijo. O proprietário, Eddy Baillifard, tem raízes profundas na tradição queijeira da região. Ele começou a aprender o ofício com o pai aos 10 anos. Após décadas a trabalhar na indústria, Baillifard foi forçado a aposentar-se em 2012 devido a uma lesão no pescoço. No entanto, a sua paixão pelo queijo levou-o a abrir o restaurante em 2015.
O restaurante rapidamente se tornou um marco local, conhecido tanto pela atmosfera calorosa e convidativa quanto pelo queijo. As paredes são adornadas com sinos exclusivos, cada um representando uma vaca dos rebanhos locais. Estas vacas, que pastam nas pastagens de montanha, produzem o leite que confere ao queijo o seu sabor característico.
Jonathan, filho de Baillifard, dá continuidade à tradição familiar como queijeiro-chefe da fábrica Laiterie de Verbier, instalação que produz cerca de 50 grandes queijos por dia, cada um envelhecido em cavernas cuidadosamente monitorizadas para desenvolver todo o seu sabor.
Os desafios das alterações climáticas estão a tornar-se cada vez mais evidentes neste cenário idílico. As montanhas que oferecem condições perfeitas para o parapente e o pastoreio também são propensas a deslizamentos de terra, um problema que se agravou nos últimos anos.
À medida que as temperaturas aumentam, as encostas das montanhas, outrora estáveis, tornam-se mais susceptíveis à erosão e aos deslizamentos de terra, perturbando a vida de muitas pessoas na região, ameaçando casas, empresas e a paisagem que define Verbier.
Em resposta, a comunidade local tomou medidas para proteger a cidade e o modo de vida das pessoas. As áreas vulneráveis foram reforçadas com redes de aço e foram criados sistemas de alerta.
A realidade das alterações climáticas é iminente, mas a população de Verbier continua resiliente. À medida que o esqui se torna menos acessível, as pessoas e negócios terão que se adaptar.