Esquema de fugas ao serviço militar força demissão do procurador-geral da Ucrânia

Dezenas de funcionários terão abusado do seu cargo para obterem estatuto de incapacidade e assim evitarem combater na guerra com a Rússia.

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Andriy Kostin, procurador-geral da Ucrânia Valentyn Ogirenko / REUTERS
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O procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin, anunciou esta terça-feira a sua demissão, na sequência de um escândalo interno em que dezenas de funcionários terão abusado do seu cargo para obterem o estatuto de incapacidade e assim evitarem o serviço militar.

O gabinete de Kostin foi recentemente abalado por alegações contra dezenas de funcionários locais, incluindo procuradores, que alegadamente usaram indevidamente os seus cargos para obterem o estatuto de incapacidade.

“O procurador-geral deve assumir a responsabilidade política pela situação nos órgãos de acusação da Ucrânia”, escreveu Volodymyr Zelensky numa declaração veemente publicada nas redes sociais após uma reunião do conselho de segurança nacional convocada pelo próprio Presidente ucraniano.

O Serviço Nacional de Investigação da Ucrânia revelou, no início de Outubro, um esquema de corrupção em que as autoridades locais da cidade de Khmelnitsky, no Oeste do país, alegadamente forneciam documentos médicos falsos para evitar o serviço militar e combater na guerra com a Rússia. Durante as buscas, foram também encontrados seis milhões de dólares em várias divisas.

Reconhecendo a existência de “muitos casos vergonhosos”, Andriy Kostin classificou a situação em torno dos falsos diagnósticos de incapacidade como “claramente amoral” e concordou com Zelensky quanto à necessidade de responsabilidade pessoal: “Nesta situação, considero correcto anunciar a minha demissão do cargo de procurador-geral”.

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