Certificados de Aforro perdem 35 milhões em Setembro

Seguindo a trajectória dos últimos 11 meses, as novas subscrições ficaram abaixo dos resgates.

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Ricardo Campos
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Em Setembro, a subscrição de Certificados de Aforro (CA) voltou a não compensar as saídas, boa parte delas por chegada à maturidade de séries anteriores. O saldo foi negativo em 34,95 milhões de euros (quase 35 milhões de euros), face a Agosto passado, para 33.887 milhões de euros em Setembro último, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Mas Setembro foi o último mês em que se verificou a limitação de novas subscrições a 50 mil euros por aforrador, valor que acumulava para a série E e F (esta última a que aceita novas subscrições), sendo expectável que em Outubro, já com esse valor alargado para 100 mil euros, possa ocorrer uma inversão da evolução recente.

A duplicação do capital a investir e um conjunto de outras alterações importantes foram aprovados pelo Governo em Setembro. Entrou em vigor a 7 de Outubro.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, o Governo conta que o saldo dos CA cresça 3,7 mil milhões de euros no próximo ano. Para atingir esse objectivo, espera que as novas subscrições de CA fiquem perto dos seis mil milhões nesse período (5,9 mil milhões), uma vez que os resgates esperados por chegada à maturidade superarão os 2,2 mil milhões de euros.

A redução do saldo dos CA, o principal instrumento de poupança do Estado destinado ao retalho, verifica-se há 11 meses consecutivos, em resultado do forte corte na sua remuneração (de um máximo de 3,5% para 2,5%, sujeito à evolução da Euribor a três meses), decidida em Junho de 2023, pelo então ministro das Finanças, Fernando Medina, mas também devido à redução do montante a aplicar, reduzido para 50 mil euros. Com a recente alteração, o acumulado com a série F passa ser 350 mil euros por aforrador, acima dos 250 mil estabelecidos pelo anterior Governo.

Para além CA, os Certificados do Tesouro continuam de igual modo a sofrer uma redução, o que acontece desde finais de 2021, também porque o Estado reduziu a sua atractividade. O saldo deste produto “encolheu” 69,2 milhões de euros, para 10.100 milhões de euros, com as novas subscrições a não compensarem os resgates por chegada à maturidade.

A recente descida dos juros dos depósitos, acompanhando a queda das taxas nos créditos, pode tornar os produtos do Estado mais atractivos. No caso dos Certificados de Aforro, a queda da Euribor a três meses abaixo dos 2,5% também terá um reflexo negativo. Esta quinta-feira, a Euribor a três meses fixou-se em 3,093%.

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