Claques boicotam Taça da Liga contra a intenção de exportar final four

Associação de Defesa do Adepto diz que “realizar jogos de uma competição nacional em solo estrangeiro (...) é um flagrante desrespeito por todos aqueles que vivem o futebol de forma apaixonada”.

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A Liga de clubes tinha anunciado a intenção de realizar a final four no estrangeiro para rentabilizar a competição, mas recuou na intenção Renato Cruz Santos
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As claques dos clubes que vão disputar a Taça de Liga de futebol vão boicotar a competição "do início" até "ao fim", revelou esta terça-feira, 22 de Outubro, à agência Lusa a presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA).

"Os grupos organizados de adeptos dos oito clubes que estão representados na Taça da Liga comprometem-se a boicotar a competição como forma de protesto, desde o seu início até ao fim, incluindo a final four e a final, numa óptica de protesto pela atitude da Liga [Portuguesa de Futebol Profissional] de querer exportar o produto", afirmou Martha Gens.

Em comunicado, a APDA afirma que "é inequívoco assumir" que a realização da final four no estrangeiro "só não acontecerá já nesta temporada porque ninguém mostrou interesse ou acenou com dinheiro suficiente para receber estes jogos no seu território".

Considera, nesse sentido, que "realizar jogos de uma competição nacional em solo estrangeiro, com a única intenção de encaixar mais uns milhões, é um flagrante desrespeito por todos aqueles que vivem o futebol e os seus clubes de forma apaixonada". "Isto é um total desprezo da Liga, que cria uma competição com o objectivo de alimentá-la com os adeptos, que estiveram bons anos a "engordá-la" e a criar o seu sucesso para, depois, exportá-la para o estrangeiro", criticou Martha Gens, em declarações à Lusa.

O comunicado da APDA é assinado por grupos organizados de adeptos de Nacional (Armada Alvinegra), Sporting (Juventude Leonina, Ultras DUXXI, Torcida Verde e Brigada Ultras Sporting), Moreirense (Green Devils), FC Porto (Colectivo 95 e Super Dragões), Santa Clara (Armada Vermelha), Vitória de Guimarães (White Angels, Insane Guys e Gruppo 1922) e Sporting de Braga (Red Boys e Bracara Legion).

"É um bom sinal que todos estes grupos, que tantas vezes andam nas bocas do mundo, nem sempre pelos melhores motivos, consigam entender que apenas unidos podem conseguir levar a sua posição avante", elogiou Martha Gens.

Questionada sobre a ausência das claques afectas ao Benfica, a presidente da APDA explicou que "isso não quer dizer que não boicotem" e "aproveitou" para apelar à mesma tomada de posição por todos os adeptos.

"A verdade é que queremos sensibilizar também os demais adeptos, que também pagaram e contribuíram para o crescimento da competição, para fazerem o mesmo. Estamos todos a pagar bilhetes e a ir ao futebol em horários vergonhosos, e tiram-nos a cereja no topo do bolo, que é a possibilidade de assistir aos jogos e apoiar as nossas equipas na fase decisiva", desabafou a presidente da APDA.

Os quartos-de-final da Taça da Liga 2024/25 disputam-se na próxima semana, com os encontros Sporting-Nacional (terça-feira), Benfica-Santa Clara (quarta-feira), Sporting de Braga-Vitória de Guimarães e FC Porto-Moreirense (quinta-feira).

O formato da competição passou, nesta época, a incluir apenas os primeiros seis classificados da I Liga e os dois primeiros da II Liga na temporada anterior. A Liga de clubes tinha anunciado a intenção de realizar a final four no estrangeiro para rentabilizar a competição, mas recuou na intenção.