Rui Oliveira e Ivo Oliveira quartos no madison dos Mundiais de pista
“Foi das melhores prestações que já fizemos enquanto selecção”, resumiu Rui Oliveira. Diogo Narciso também esteve em bom nível.
Os portugueses Rui Oliveira e Ivo Oliveira foram neste domingo quartos classificados no madison, que encerrou os Mundiais de ciclismo de pista em Ballerup, na Dinamarca, o mesmo posto de Diogo Narciso na eliminação.
Rui Oliveira, campeão olímpico desta corrida em Paris2024, ao lado de Iúri Leitão, fez desta feita dupla com o irmão, Ivo Oliveira, e foram quartos classificados, a seis pontos do pódio, comprovando o seu lugar entre os melhores "pistards" do mundo, em prova ganha pelos alemães Roger Kluge e Tim Torn Teutenberg.
Os belgas Lindsay de Vylder, campeão do omnium, e Fábio van den Bossche ficaram com a prata, enquanto o bronze consagrou os dinamarqueses Niklas Larsen e Michael Morkov, este último na sua despedida como profissional.
Portugal surpreendeu ao conseguir uma volta de avanço e os cinco pontos máximos no quarto de 20 sprints ao longo desta corrida, e colocou-se em primeiro, antes de se iniciar uma prestação superlativa dos alemães.
"Costumamos deixar para o final as nossas balas, e este ataque não foi planeado. Se sentíssemos uma oportunidade para ganhar vantagem e pontuar, iríamos fazê-lo. Vi que o pelotão parou, disse ao Rui para arrancar. O objectivo era fazer cinco pontos e abrir, mas, com mais de meia volta, decidimos ir em frente", analisou Ivo Oliveira, em declarações à Lusa.
Até final, Kluge e Teutenberg foram somando pontos atrás de pontos, num madison disputado a ritmo muito alto e em que Bélgica e Dinamarca também se mostraram, com os dois irmãos de Vila Nova de Gaia a reentrarem pela discussão já perto do final.
Aí, conseguiram novamente 25 pontos (20 da volta de avanço e cinco do sprint), para acabarem com 53 pontos, precisando do sprint final para ultrapassar os dinamarqueses no pódio, o que não foi possível.
"Ficámos novamente na luta pelo pódio. No final, foram mais fortes, mas temos de estar orgulhosos da corrida, foi das melhores corridas de madison que já fizemos. Estivemos os dois excelentes, em sintonia", acrescenta Ivo Oliveira.
Já o campeão olímpico, que tinha sido sexto no omnium no sábado, esperava sentir-se "pior" em termos de fadiga acumulada, lamentando "dois erros" que crê ter cometido e que prejudicaram as chances de chegar às medalhas.
"No sprint final, se deixo o Ivo fazer as últimas voltas, quando vinha com bastante velocidade... (...) Tínhamos pernas fenomenais, e a par dos Jogos Olímpicos, foi das melhores prestações que já fizemos enquanto selecção. Mas, claro, ficar tão perto do pódio é uma pena", refere Rui Oliveira.
"Quinto lugar é fantástico"
Diogo Narciso também esteve em grande plano na corrida de eliminação, em que foi quarto classificado, numa eliminação polémica devido ao comportamento do neerlandês Jan-Willem van Schip, que viria a ser desclassificado por manobra irregular, o que "empurrou" Narciso de quinto, quando saiu de pista, para a "porta" do pódio.
Esta prova coroou o dinamarquês Tobias Hansen, que já tinha vencido um título mundial da perseguição por equipas, juntando novo ouro ao relegar para segundo o italiano Elia Viviani e para terceiro o canadiano Dylan Bibic.
"Ia com boas pernas, consegui safar-me bem nas várias eliminações mas nesta última já ia muito fatigado. (...) Estou muito contente com este quinto lugar num Mundial, que é fantástico no meu primeiro ano", aponta.
O jovem de 22 anos estreou-se em Mundiais de elite com um 10.º lugar no scratch, o sétimo nos pontos e o quinto na eliminação, selando em crescendo uma primeira participação entre os melhores do mundo.
"Vir de um 10.º para sétimo já me deixava muito feliz, agora ainda mais. Só me dá vontade de trabalhar mais, e mais forte, com vista ao futuro", explica.
Na corrida de pontos em que a dinamarquesa Julie Leth fechou a carreira profissional ao mais alto nível ao dar mais um ouro à Dinamarca, perante a euforia das bancadas, a portuguesa Daniela Campos foi 12.ª classificada, com 21 pontos.
A atleta da casa "brilhou" e deixou para trás a "rainha" da pista, a belga Lotte Kopecky, na segunda prata nesta edição para a "estrela", com a irlandesa Lara Gillespie no bronze.