Leitão Amaro confirma duas reuniões com Ventura e diz que “tudo o resto é ficção”
Há partidos que “ninguém sabe muito bem o que pensam porque mudam de opinião a cada pôr-do-sol”, diz ministro da Presidência.
O ministro da Presidência confirmou esta quinta-feira "duas reuniões" entre o primeiro-ministro e líder do Chega sobre o Orçamento do Estado e considerou que "tudo o resto é ficção", recusando comentar partidos que "mudam de opinião a cada pôr-do-sol".
No final do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro foi questionado para que serviram as duas reuniões que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, terá tido com o presidente do Chega, André Ventura.
"De facto, duas reuniões, é isso mesmo, já foi dito pelo ministro dos Assuntos Parlamentares. Tudo o resto é ficção, para não usar outro termo aqui deste púlpito", afirmou, sem nunca referir o nome do partido Chega.
De acordo com o ministro da Presidência, "todas as reuniões com todos os líderes e com as delegações no que tem a ver com o Orçamento de Estado foi para perceber os contributos e as medidas que teriam, ponto".
"Uns responderam de uma maneira, outros responderam de outra, houve uns que reforçaram com contributos escritos e é tudo", disse.
Leitão Amaro fez questão de salientar que o que foi transmitido em público, quer pelo líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, quer pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, sobre as várias reuniões são "consistentes com a informação do que aconteceu".
"Há outras ficções que são tão descabidas e tão desesperadas e tão inúteis que nem merecem comentários", disse, afirmando que há partidos que "ninguém sabe muito bem o que pensam porque mudam de opinião a cada pôr-do-sol".
Em causa as declarações do líder do Chega, que alega ter tido várias reuniões com o primeiro-ministro (chegou a falar em cinco) não divulgadas à comunicação social com vista a um acordo sobre o Orçamento do Estado para 2025, que incluía a possibilidade de o partido vir a integrar o Governo PSD/CDS-PP, num "contexto político diferente".
Luís Montenegro, através da rede social X, assegurou que "nunca o Governo propôs um acordo ao Chega", e acusou André Ventura de mentir.
Nos últimos dias, a acusação voltou a ser repetida por André Ventura, que não voltou a ter resposta por parte do primeiro-ministro.