Zelensky afirma que Coreia do Norte enviou dez mil soldados para a Ucrânia

O Presidente ucraniano disse que presença de militares norte-coreanos na Ucrânia é “um passo para uma guerra mundial”.

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A aliança entre a Rússia e Coreia do Norte levou forças norte-coreanas à Rússia, segundo Zelensky SPUTNIK / REUTERS
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta quinta-feira que a Coreia do Norte tem destacados 10 mil soldados em território ucraniano ocupado pela Rússia, reafirmando a ideia de que as forças invasoras têm estado a ser apoiadas pelo regime de Kim Jong-un. Para Zelensky, este envio directo de tropas, caso avance para a frente de batalha, significaria "um passo para uma guerra mundial".

Falando numa conferência de imprensa realizada em Bruxelas depois de uma reunião com os membros do Conselho Europeu, Zelensky voltou a dizer que a Coreia do Norte está envolvida na guerra da Rússia contra a Ucrânia, afirmando ainda que as informações dos serviços secretos confirmaram a presença do elevado número de militares norte-coreanos na região.

"Esta questão é urgente e discuti-a com os líderes dos EUA e da UE. Sabemos que o Irão envia mísseis e drones, mas não tropa, e aqui vemos mais um passo, que é um passo em direcção a uma guerra mundial", afirmou o Presidente ucraniano, acrescentando que a presença dos norte-coreanos se deve ao alto número de baixas que as forças russas têm sofrido na frente de batalha.

​"Putin está preocupado com a possibilidade de ter de se mobilizar novamente, pelo que está a tentar envolver outros actores na guerra", argumentou Zelensky.

​O Presidente da Ucrânia já tinha avisado, no domingo, que a Coreia do Norte poderia estar a preparar-se para se envolver na guerra na Ucrânia, tendo as acusações de assistência do país à Rússia sido apenas relativo ao uso de armas norte-coreanas na Ucrânia.

"Já não se trata apenas da transferência de armas. Trata-se, de facto, de enviar pessoas da Coreia do Norte para as forças militares de ocupação", disse o líder ucraniano.

O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês) escreve, citando os jornais ucranianos Suspilne e Liga, que cerca de dez mil soldados norte-coreanos estariam a ser treinados na região do Extremo Oriente russo e que as forças de Moscovo poderão estar mesmo a formar um batalhão com cerca de três mil soldados da Coreia do Norte, que seriam enviados numa missão defensiva em Kursk.

Já o líder da NATO, Mark Rutte, não dá como certa a presença directa de forças norte-coreanas no terreno, mas admite o apoio dos norte-coreanos à invasão russa.

"O que sabemos é que a Coreia do Norte está a ajudar a alimentar o esforço de guerra da Rússia contra a Ucrânia", disse o secretário-geral da aliança atlântica, condenando "veementemente o aprofundamento da cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte", tendo ainda afirmado que não podia confirmar os relatos de forças russas no terreno.

As alegações de que a Coreia do Norte poderá ter mesmo forças no terreno são defendidas, no entanto, pela vizinha Coreia do Sul.

"A Rússia e a Coreia do Norte têm um acordo que é basicamente uma aliança militar, pelo que é altamente provável que a Coreia do Norte envie tropas adicionais", afirmou o ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, no dia 8 de Outubro.

As relações entre os dois países têm-se fortalecido desde a invasão da Ucrânia, levando mesmo a que o Presidente russo tenha visitado Pyongyang pela primeira vez desde 2000, consagrando a aliança entre os países.

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