Através das redes sociais, Presidente da Guiné-Bissau veio dar o seu apoio ao “amigo” Guterres

Umaro Sissoco Embaló garantiu no X o seu “apoio incondicional” ao secretário-geral da ONU, depois de o seu país não estar entre os 104 signatários da carta de apoio a Guterres.

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Umaro Sissoco Embaló com António Guterres nas Nações Unidas Eskinder Debebe/UN Photo
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A Guiné-Bissau está ao lado de António Guterres no seu “apoio incondicional” ao secretário-geral das Nações Unidas depois de este ter sido declarado persona non grata pelo Governo de Israel. Horas depois da notícia do PÚBLICO, dando conta de que a Guiné-Bissau e a Guiné Equatorial eram os dois únicos Estados-membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) que não constavam da lista de 104 países e uma organização (União Africana) que tinham assinado a carta enviada a Guterres, o Presidente guineense veio, através da rede social X, mostrar essa solidariedade.

Numa publicação feita em francês, escrevendo “em nome” da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló garantiu: “Assinalo o meu apoio incondicional ao meu amigo António Guterres, secretário-geral da ONU.” Ilustrada com a mesma imagem que o PÚBLICO utilizou na sua notícia, o chefe de Estado acrescenta: “Reitero a minha total confiança no seu alto cargo e na sua luta permanente pelos direitos humanos.”

A carta enviada a Guterres, datada de 10 de Outubro, de iniciativa de nove países, entre eles, um Estado-membro da CPLP, o Brasil, e um Estado-membro da União Europeia, a Espanha, reflectia “um apoio amplo e colectivo de toda a comunidade internacional” ao secretário-geral da ONU, de acordo com a missiva assinada pela representante permanente do Chile na ONU, Paula Narváez, em nome de todos.

“Em nome de um grupo nuclear composto pelo Brasil, Colômbia, África do Sul, Uganda, Indonésia, Espanha, Guiana, México e o meu próprio país, o Chile, tenho a honra de anexar uma carta conjunta em que manifestamos a nossa profunda preocupação com a recente declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, que o declarou persona non grata. Do nosso ponto de vista, tais acções comprometem a capacidade das Nações Unidas de cumprirem o seu mandato, que inclui a mediação de conflitos e a prestação de apoio humanitário.”

Desde o princípio dos bombardeamentos indiscriminados de Israel na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque do Hamas de 7 de Outubro, que as intervenções públicas de António Guterres causaram atrito com o Governo de Benjamin Netanyahu, tendo o secretário-geral da ONU várias vezes alertado para a catástrofe humanitária em Gaza, apelando a um cessar-fogo. Desta vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, declarou-o mesmo como persona non grata, o que impede Guterres de entrar no país e de visitar Gaza ou a Cisjordânia.

Nesta segunda-feira, o mesmo Katz garantiu que a decisão se mantinha, apesar de toda a pressão internacional, por considerar que o secretário-geral da ONU mantém uma conduta anti-semita e anti-Israel.

“Guterres pode continuar a procurar apoio dos Estados-membros da ONU, mas a decisão não irá mudar”, disse o ministro, citado pela Reuters.

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