Reabilitação de Lordelo do Ouro no Porto prevê investimento de 414 milhões em 10 anos

Já na área da mobilidade e infra-estruturas, o plano determina a criação do corredor CAAQ, a criação de um viaduto pedonal entre o Jardim Botânico e o CDUP, bem como de um porto de recreio do Ouro.

Foto
No Porto, existem actualmente 10 Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), quatro das quais com ORU aprovadas Goncalo Dias / ARQUIVO
Ouça este artigo
00:00
02:49

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O Plano Estratégico de Reabilitação Urbana de Lordelo do Ouro, no Porto, prevê, entre outros objectivos, a reabilitação de várias habitações e construção de habitação acessível, fruto de um investimento estimado de 414 milhões de euros em 10 anos. Numa apresentação ao executivo, no âmbito da discussão em torno da Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Lordelo do Ouro, o vereador com o pelouro do Urbanismo, Pedro Baganha, esclareceu nesta segunda-feira que o município pretende transformar Lordelo num "espaço urbano com qualidade de vida".

No Porto, existem actualmente 10 Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), quatro das quais com ORU aprovadas. Em Lordelo do Ouro, que dispõe de 118 hectares de área de intervenção, o executivo pretende "reforçar a coesão social e territorial, promover a diversidade funcional, valorizar a qualidade ambiental e paisagística e envolver os actores locais". Em matéria de habitação, o Plano Estratégico de Reabilitação Urbana (PERU) prevê a reabilitação dos conjuntos habitacionais do Ouro, Arrábida, Sidónio Pais, Colónia Viterbo de Campos e Condominhas. É também definida a promoção de habitação acessível na Unidade de Execução do Aleixo, no bairro de Lordelo e no Quartel Militar de Lordelo do Ouro.

Já na área da mobilidade e infra-estruturas, o plano determina a criação do corredor CAAQ, a criação de um viaduto pedonal entre o Jardim Botânico e o CDUP, bem como de um porto de recreio do Ouro. Está igualmente prevista a reconversão da Escola Básica de Lordelo do Ouro para um centro de saúde e a criação do parque ribeirinho do Vale do Aleixo. A valorização do corredor ribeirinho do Vale da Granja, a valorização da zona da capela de Santa Catarina e a requalificação do Cais do Ouro são outros dos objectivos traçados no plano.

Segundo Pedro Baganha, os objectivos são traçados a 10 anos e representam um investimento superior a 414 milhões de euros (185 milhões de euros de natureza pública, 176 milhões de euros de natureza público-privada e 52 milhões de euros de natureza privada). O executivo aprovou nesta segunda-feira submeter a consulta pública a ORU de Lordelo do Ouro, bem como a delimitação da Unidade de Execução do Aleixo, para onde está prevista a construção de edifícios em altura e de um parque verde. Em 12 de Junho, o executivo da Câmara do Porto aprovou a abertura da discussão pública da delimitação da UOPG do Aleixo, tendo, no final da reunião, Pedro Baganha explicado que a solução urbanística "aposta na construção em altura por forma a libertar terreno para zonas verdes e arruamentos".

O Plano Director Municipal (PDM), aprovado em 2021, determinou que a zona do Aleixo é uma UOPG, o que significa que tem de haver concertação entre os proprietários daqueles terrenos, que neste caso são três, um dos quais o município. "Pelas minhas contas, estamos a falar de cinco torres e depois dois blocos mais pequenos", especificou Pedro Baganha.