Seis pessoas testam positivo para VIH após transplante de órgãos infectados no Brasil

Pelo menos seis pessoas receberam órgãos de pessoas infectadas com o vírus da sida no serviço de saúde público no Rio de Janeiro. Já foram detectados pelo menos dois dadores positivos para o VIH.

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Imagem de arquivo. As autoridades sanitárias determinaram o encerramento preventivo do laboratório Saleme, no Rio de Janeiro Matilde Fieschi
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Pelo menos seis pacientes testaram positivo para o VIH (vírus da imunodeficiência humana) depois de receberem órgãos transplantados infectados com o vírus no serviço público de saúde brasileiro no Rio de Janeiro, indicaram fontes oficiais. A notícia, revelada inicialmente pela rede de televisão Band, foi confirmada pelo Ministério da Saúde e pelas autoridades sanitárias do Rio Janeiro.

“Até agora, confirmámos que dois dadores testaram positivo para o VIH num novo teste e seis receptores também testaram positivo para o VIH”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, num vídeo enviado à imprensa.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, o erro ocorreu em dois exames realizados pelo laboratório privado Saleme, na unidade localizada em Nova Iguaçu, município da região metropolitana do Rio de Janeiro. O laboratório foi contratado em Dezembro de 2023 pela Secretaria Estadual de Saúde, através de uma licitação, para executar o programa de transplantes.

As autoridades sanitárias determinaram o encerramento preventivo do laboratório Saleme, no Rio de Janeiro, o arresto de todo o material inicialmente aprovado pelo laboratório e o envio desses exames para o laboratório público Hemorio, além de uma auditoria no sistema público de saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, trata-se de uma “situação inédita” no serviço de transplantes do estado do Rio de Janeiro. A ministra assegurou que será prestada toda a assistência necessária às pessoas afectadas e às suas famílias e sublinhou o compromisso do Governo em garantir a segurança, a eficácia e a qualidade do sistema nacional de transplantes do Brasil, que disse serem “marcas inquestionáveis”.