Leya vai fechar livrarias no Porto, em Aveiro e em Viseu devido ao preço das rendas

A “enorme pressão imobiliária” que inflacionou os custos do arrendamento “não deixou grande margem” ao grupo editorial, diz Pedro Sobral.

Foto
A Livraria Latina, na Baixa do Porto, é uma das três que vão encerrar portas em breve Paulo Pimenta
Ouça este artigo
00:00
02:13

A Leya vai fechar as suas livrarias no Porto (Latina), em Aveiro (Centro Comercial Glicínias) e em Viseu (Pretexto) até Janeiro do próximo ano, porque as novas propostas de arrendamento não lhe permitem manter o negócio.

A explicação foi dada à agência Lusa pelo director-geral de edições do grupo, e presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral, que justificou o fecho destas livrarias com a "enorme pressão imobiliária", que "não deixou grande margem" ao grupo editorial para outra alternativa que não a de sair desse negócio.

"As três fecham porque nas três seria preciso, basicamente, fazer um novo contrato de arrendamento e as condições que estavam a ser colocadas em cima da mesa não eram as mais favoráveis para o negócio do livro, ainda mais, e esta segunda parte é muito importante, quando isso não é o negócio principal da Leya", afirmou.

Foi quando adquiriu a Oficina do Livro que a Leya entrou no negócio do retalho, explica Pedro Sobral. "A Oficina do Livro, antes de entrar na Leya, tinha livrarias, e nós herdámos isso; depois, numa parceria com a Coimbra [Editora], em tempos idos, acabámos por ter ali mais uma ou duas unidades, nomeadamente a Buchholz [em Lisboa] que se mantém e, essa sim, com bastante vigor dentro da Leya."

Segundo o responsável, mais do que uma livraria, a Buchholz é "uma sala de estar", um local onde a Leya tem possibilidade de ter os seus autores, de fazer apresentações, clubes de leitura e uma série de outras acções que necessitam de um espaço. "Tudo o resto não [é] propriamente da área de edição e [com] esta pressão dos custos mais altos imobiliários decidimos que era altura de sair do negócio, que claramente não é o nosso", acrescentou.

A livraria de Ponta Delgada não é exclusivamente da Leya, mas sim uma parceria, razão pela qual vai manter-se em funcionamento.

Quanto à do Funchal, vai continuar "como aquilo que já era, um ponto de apoio ao professor, àquilo que é a divisão escolar [da Leya]", esclareceu Pedro Sobral, recordando que já há muito que a loja madeirense não é uma livraria de edições gerais.

"Os actuais contratos com as três livrarias da Leya totalmente dedicadas ao retalho do livro cessam entre final de Dezembro (Porto e Aveiro) e Janeiro (Viseu). Em Lisboa, a única livraria do grupo editorial é a Buchholz.