Café Vá-vá vai reabrir após obras e mudanças na equipa

Ainda não existe previsão para a reabertura do café emblemático da Avenida dos Estados Unidos da América, em Lisboa, que está em obras.

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O café foi fundado em 1958 e temia-se que fechasse este ano, após adiamentos sucessivos da sua reabertura Nuno Ferreira Santos
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A proprietária da pastelaria e restaurante Vá-vá confirma que este irá mesmo voltar a funcionar. “Vai reabrir, mas, neste momento, estamos a fazer reestruturações no espaço, inclusive algumas obras”, explica. Além das remodelações no espaço, a proprietária, Teresa Ferreira, adianta que também haverá uma reestruturação na equipa, embora sem revelar quem estará à frente do Vá-vá ou mesmo quando deverá abrir.

Os anseios dos residentes e clientes habituais foram crescendo nos últimos meses e foram sendo partilhados nas redes sociais. Afinal, o estabelecimento fechou para férias deixando, na porta, uma folha de papel que afirmava o regresso a 19 de Agosto, com a assinatura do gerente, Pedro Ferreira. Mas as folhas foram sendo trocadas por outras, que adiavam sucessivamente essa reabertura, até que as datas deixaram de ser actualizadas. Os lisboetas começaram a recear que isso significasse que o Vá-vá encerraria, como já aconteceu com outros cafés emblemáticos da cidade.

O café já tinha enfrentado problemas no passado, que incluíram outras mudanças nos funcionários. Contudo, a proprietária garante que, actualmente, “não há problema algum”, sem explicar o motivo dos sucessivos adiamentos da data de reabertura.

O Vá-vá é um dos cafés emblemáticos de Lisboa, localizado em Alvalade. Fundado em 1958 pelos irmãos Petrónio e Luís Gonzaga, tem, hoje, um emblema de “Loja com História” na sua montra, concedido pela Câmara Municipal de Lisboa. Na época, a zona de Alvalade abrigava um conjunto de inovações na área da arquitectura e o Vá-vá foi exemplo disso: projectado por Eduardo Anahory, tinha um espaço interior mais amplo do que o que se conhece hoje, sendo também utilizada a cave, que tinha uma sala com mesas de bilhar.

Muitas das intervenções posteriores apagaram alguns destes traços, como alguns dos azulejos da pintora Menez que marcavam as paredes. Actualmente, está sob a gerência de Pedro Ferreira e João Simões desde 2017, ano em que os azulejos foram restaurados, mas reposicionados, à semelhança de grande parte do espaço, que tem sofrido alterações.

O Vá-vá foi um grande nome desde cedo: também serviu de cenário ao filme Os Verdes Anos, dirigido por Paulo Rocha em 1963. Mesmo fora do grande ecrã, era possível ver grandes nomes de várias áreas a visitar o restaurante, como o cineasta Lauro António. O próprio nome do estabelecimento é uma homenagem ao jogador de futebol brasileiro Edvaldo Izídio Neto, conhecido como Vá-vá, que teve um papel fundamental na conquista do primeiro Campeonato Mundial pela selecção brasileira, em 1958 – o mesmo ano em que foi criado o café.

Texto editado por Ana Fernandes

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