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Videocast: O carioca que transforma a cozinha portuguesa numa experiência múltipla
Matheus Franklin, de 28 anos, dirige a cozinha do ZaZah, em Lisboa, sem abrir mão da influência dos sabores brasileiros.
O convite foi repentino. O chef Matheus Franklin teve apenas um mês para largar tudo o que fazia no Brasil para assumir a cozinha do restaurante ZaZah, em Lisboa. Na capital portuguesa, ele pratica uma cozinha que mistura várias influências, sem abrir mão dos sabores brasileiros.
“Tenho escola francesa bem forte. E, como passei por alguns restaurantes estrelados, foi uma verdadeira escola. Tenho uma base forte da culinária francesa, mas o que faço acaba sendo contemporâneo, pois sempre busquei muito da gastronomia asiática, especialmente, a japonesa e a coreana. Então tenho também essa influência”, diz Matheus.
Nem por isso, ele deixa de ter uma marca carioca naquilo que faz. “Essa identidade carioca creio que nunca vai ser perdida, mesmo tendo várias influências”, acrescenta ele.
O chef acredita que Portugal aparece muito na sua forma de cozinhar. “Acretido que o clima influencia muito nos preparos e, em Lisboa, consigo fazer coisas diferentes”, revela. Ele cita, por exemplo, a fermentação de ingredientes.
A mudança para terras lusitanas fez com que Matheus encontrasse novos produtos. Exemplo disso é a alheira, que colocou no menu do ZaZah em croquetes. “Eu não conhecia, e é um embutido incrível”, ressalta. Ou mesmo o porco, que é diferente do brasileiro, com suas várias raças: o alentejano, o bísaro, o malhado de Alcobaça.
Adaptação
Houve dificuldades no começo para conseguir cozinhar em Portugal do jeito que ele queria. “No início, foi difícil para mim achar os produtos que eu precisava, como paio ou outras coisas. Eu não sabia onde encontra”, lembra.
O carioca teve que enfrentar a barreira da língua: alguns produtos em Portugal têm nomes diferentes dos mesmos produtos no Brasil. “Foi um tempo bem confuso. Outro dia, fui descobrir que nossa fraldinha é lombelo. Mas acho que, daqui a um tempo, isso vai ser automático para mim”, acredita.
Avaliando sua experiência, Matheus considera que o caminho está aberto para chefes brasileiros em Portugal, desde que tenham qualidade. “Acredito que qualquer lugar do mundo sempre vai ter espaço para bons profissionais”, vaticina.
Para ele, o ingrediente principal que faz com que o cliente se sinta satisfeito é o amor que o chef sente ao preparar os pratos. “Tem que estar perfeito, porque o cliente vai ao restaurante para viver uma boa experiência. Temos de contribuir para isso”, afirma.