Moreira responde a Rio e evoca “destruição deixada” pelo antecessor

Em resposta às declarações de Rio, que disse não conseguir falar sobre a Avenida da Boavista sem “dizer palavrões”, Rui Moreira contrapõe que os portuenses “têm memória” do que fez o antigo autarca.

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Rui Moreira na estação de metro da Casa da Música, em 2023 Adriano Miranda
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"Os portuenses têm memória do que [Rui Rio] fez nesta e noutras áreas." Rui Moreira, actual presidente da Câmara Municipal do Porto, não deixa sem resposta a referência que o seu antecessor fez este sábado às obras na Avenida da Boavista, ripostando com duras críticas ao legado deixado pelo antigo autarca. E sublinha que “não se pode dar como concluído” o processo de obras naquela zona.

Numa intervenção no encerramento do debate "Que Porto para 2045?", organizado pelo movimento cívico Porto com Porto, Rui Rio referiu que "muita coisa está feita, muitas estruturas estão criadas” e que “há muito mais turismo” na cidade. Contudo, o antigo líder do PSD teceu um curto e duro comentário ao nível da mobilidade, mais concretamente, à situação na avenida da Boavista.

“Se eu fosse falar da destruição da avenida da Boavista, não sei se o conseguiria sem dizer uns palavrões”, rematou. Questionado depois pela agência Lusa, o ex-líder social-democrata escusou-se a adiantar mais esclarecimentos, reiterando não estar em "condições emocionais de falar sem dizer palavrões".

Em declarações ao PÚBLICO, Rui Moreira diz presumir que Rui Rio se estará a referir “às obras da Metro do Porto que, por não estarem concluídas, têm vindo a causar incómodos, quer à câmara, quer aos portuenses”.

O autarca salvaguarda “o direito do doutor Rui Rio de ter opiniões sobre a Avenida da Boavista enquanto cidadão portuense”, mas estranha que as divulgue por não ser “a pessoa mais avisada para as ter, pelo legado que deixou”. E garante que "os portuenses têm memória do que [Rui Rio] fez nesta e noutras áreas".

“Sobre a zona, basta pensar na Boavista que ele herdou e na que herdámos, com uma ciclovia que não funciona, na parte superior, e uma tentativa de transformar a parte inferior no Mónaco, Monza ou uma dessas pistas de automóveis que ele aprecia”, desenvolve Rui Moreira. “Quando cheguei à Câmara, estavam a decorrer obras na parte superior da Boavista que eu ainda tive de garantir que eram pagas”, acrescenta.

Ainda sobre o mesmo tema, o actual presidente da Câmara do Porto recorda “os milhões investidos na Avenida”, nomeadamente numa “ciclovia onde nunca uma bicicleta conseguiu andar”, pela sua proximidade a uma faixa de estacionamento, e “uma pista que nunca sequer recebeu a Fórmula 1”.

Será então uma hipérbole usar a palavra “destruição” para explicar o estado da Avenida da Boavista? Perante esta questão, Rui Moreira prefere destacar o que diz ser a “destruição deixada por Rui Rio relativamente à cultura” ao longo dos três mandatos que cumpriu.

Rui Moreira pede ainda que “não se dê como concluído o processo na zona da Boavista”, porque continua, e relembra que já em Setembro, na Feira do Livro do Porto, considerava o arranque do metrobus nesse mês “uma ficção”, ou seja, impossível.

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