Lá no Xepangara a recordar José Afonso num registo ao vivo, no Dia Mundial da Música

O projecto tem o mesmo nome da canção que agora volta à ribalta num registo ao vivo: Lá no Xepangara. A gravação foi feita no Teatro Narciso Ferreira, Riba d’Ave, Famalicão, no mesmo mês em que o projecto se estreou, na Casa das Artes de Famalicão, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 74. Lá no Xepangara, a cultura africana em José Afonso junta um colectivo formado pelo guitarrista e compositor Manuel de Oliveira (guitarra e braguesa), que actualmente integra as vozes de Karyna Gomes (Guiné-Bissau), Selma Uamusse (Moçambique), Isabel Novella (Moçambique), Edu Mundo (Portugal), Fred Martins (Brasil), além dos instrumentistas Dilson Pedro (bateria), Carlos Garcia (teclas) e Albano Fonseca (baixo). O jornalista Viriato Teles é, desde o início, consultor do projecto.

Em Janeiro, nas vésperas da estreia, Manuel de Oliveira explicou ao PÚBLICO que esta era uma ideia que já tinha “há muitos anos”. Muxima, projecto de homenagem ao Duo Outo Negro, fora a sua primeira incursão pela música africana. “Na altura, em conversa com o Janita Salomé, falávamos muito da relação que o Zeca Afonso tinha com África. Aprendi a tocar guitarra com as músicas do Zeca, que sempre estiveram muito presentes na minha vida. Quando se começou a falar nos 50 anos do 25 de Abril, achei que era uma boa altura para materializar esta ideia.” Pôs-se a investigar a fundo a relação de José Afonso com África e, na sequência disso, quis montar um espectáculo onde não só realçasse o papel da sua música e da sua arte “na luta pelos direitos”, mas também evidenciar o carácter universal dessa arte.

Após a estreia, em Famalicão, o espectáculo Lá no Xepangara, a cultura africana em José Afonso foi também apresentado em Madrid, por ocasião das comemorações do 25 de Abril. Agora vai apresentar-se ao vivo pela primeira vez em Lisboa, no próximo de 10 de Outubro, às 21h, no Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, como primeiro concerto do Ciclo Liberdade na Nova. Neste ciclo, actuarão ainda o cantor e compositor brasileiro Luca Argel com a pianista baiana Pri Azevedo (7 de Novembro) e Benjamim (12 de Dezembro). Na Reitoria da Nova continua aberta ao público, até 18 de Outubro, a exposição Do que um homem é capaz, dedicada à vida e à obra de José Mário Branco (1942-2019). Pode ser vista de segunda a sexta-feira das 8h às 20h e aos sábados das 8h às 12h. A entrada é livre.