Queimadas e a saúde: como se proteger dos efeitos da fumaça

As queimadas, infelizmente, se tornaram mais frequentes no contexto do aquecimento global, e seus efeitos sobre a saúde não são negligenciáveis.

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Com o agravamento das mudanças climáticas, incêndios florestais têm se tornado eventos cada vez mais frequentes, atingindo tanto o Brasil quanto Portugal. Além dos danos ambientais e econômicos, as queimadas representam uma séria ameaça à saúde pública, com riscos imediatos e de longo prazo. Nesta coluna, discutirei os impactos da fumaça das queimadas na saúde e oferecerei dicas práticas para minimizar a exposição e proteger seu bem-estar.

A fumaça resultante de incêndios contém uma combinação perigosa de substâncias tóxicas que, ao serem inaladas, podem causar sérios danos ao sistema respiratório e cardiovascular.

Efeitos na saúde respiratória e cardiovascular

A inalação da fumaça de queimadas pode desencadear uma série de reações adversas no organismo. No sistema respiratório, os sintomas mais comuns incluem excesso de produção de muco, broncoespasmo (constrição das vias aéreas), edema pulmonar (acúmulo de líquido nos pulmões) e inflamação generalizada, conhecida como síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Além disso, a exposição à fumaça está associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares graves, como arritmias e infartos. A longo prazo, essas exposições podem acelerar a perda de capacidade pulmonar.

Como se proteger

Para reduzir os riscos à saúde causados pela fumaça das queimadas, algumas medidas de proteção podem ser adotadas:

1. Monitore as condições: acompanhe as atualizações de órgãos oficiais, como a Proteção Civil ou o site fogos.pt, especialmente durante períodos de calor intenso e seca, para agir rapidamente.

2. Tenha um kit de emergência: em casa, prepare um kit que inclua máscaras de alta filtragem, como N95 ou PFF2 (com válvula expiratória para seu conforto), óculos de proteção e outros itens essenciais.

3. Use máscaras adequadas: ao sair, utilize máscaras capazes de filtrar partículas finas, como as N95 ou PFF2 com válvula expiratória, que proporcionam maior conforto durante o uso prolongado.

4. Proteja seu ambiente interno: durante momentos de alta poluição, mantenha janelas e portas bem vedadas. Considere deixar o local se a qualidade do ar piorar significativamente e não houver forma de selar o ambiente adequadamente.

5. Recirculação de ar no carro: ao dirigir em áreas afetadas pela fumaça, ative o modo de recirculação de ar no veículo, para evitar a entrada de poluentes externos. Contudo, não utilize essa função por longos períodos, especialmente com o carro cheio, para evitar o acúmulo de dióxido de carbono (CO₂).

6. Evite exercícios ao ar livre: reduza atividades físicas intensas em ambientes externos enquanto houver níveis elevados de poluição no ar.

7. Filtros de ar HEPA: considere o uso de purificadores de ar com filtros HEPA em ambientes fechados. Esses dispositivos são eficazes na remoção de partículas finas e podem ajudar a manter a qualidade do ar dentro de casa, desde que dimensionados corretamente para o tamanho do ambiente.

As queimadas, infelizmente, se tornaram mais frequentes no contexto do aquecimento global, e seus efeitos sobre a saúde não são negligenciáveis. Adotar medidas preventivas e estar atento à qualidade do ar pode ser a chave para proteger sua saúde em um mundo cada vez mais exposto a esses eventos climáticos extremos.

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