Líbano: Israel ataca Beirute e lança operações terrestres “limitadas”

Arredores da capital libanesa bombardeados 30 minutos após IDF emitirem ordens de evacuação. Governo israelita aprovou início da próxima fase da guerra contra o Hezbollah na noite de segunda-feira.

Foto
Tanques e soldados israelitas junto à fronteira com o Líbano ATEF SAFADI / EPA
Ouça este artigo
00:00
01:30

O Exército israelita lançou na noite de segunda-feira operações terrestres de âmbito limitado contra o Hezbollah na zona de fronteira entre o Líbano e Israel, prenunciando uma ofensiva terrestre de maior envergadura em território libanês, e voltou a bombardear a capital, Beirute.

De acordo com os jornais israelitas Jerusalem Post e Haaretz, o Governo esteve reunido esta noite para aprovar a "próxima fase" da operação em território libanês.

“É esse o nosso entendimento”, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, quando questionado numa conferência de imprensa se Israel tinha iniciado operações terrestres. “Fomos informados de que estão actualmente a conduzir operações limitadas contra as infra-estruturas do Hezbollah perto da fronteira”, disse.

De acordo com o jornalista israelita Barak Ravid, do site Axios, Washington fez saber ao governo de Benjamin Netanyahu que a Casa Branca está preocupada com os riscos de "uma operação limitada no tempo e no âmbito geográfico possa degenerar em algo maior e mais longo". O precedente é o das operações militares israelitas de 1982 e 2006 no Líbano, que comportaram elevados custos humanos e não atingiram todos os objectivos declarados.

Num sinal de que a entrada das tropas israelitas no Líbano estaria iminente, o Exército libanês recuou cinco quilómetros das posições que mantinha ao longo da fronteira Sul do Líbano com Israel.

O Hezbollah também emitiu uma nota esta noite, afirmando ter visado movimentos de tropas israelitas em localidades libanesas perto da fronteira.

Ao mesmo tempo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) declararam uma área da fronteira com o Líbano como “zona militar fechada”, proibindo o acesso a civis, numa zona que inclui os municípios israelitas de Metula, Misgav Am e Kfar Giladi, muito próximos de uma área do lado libanês da fronteira que foi objecto de fortes bombardeamentos de artilharia durante o dia.

Um responsável norte-americano, que falou sob condição de anonimato, disse à Reuters que o posicionamento das tropas israelitas sugeria a iminência de uma incursão terrestre.

Beirute foi entretanto alvo de novo ataque aéreos israelitas, pouco mais de 30 minutos depois de as IDF terem emitido ordens de evacuação para os residentes próximos do que disse serem edifícios que albergavam instalações do Hezbollah, em Dahieh, nos subúrbios sul da capital libanesa. Testemunhas ouvidas pela Reuters deram conta de enormes explosões consecutivas em vários pontos da cidade.

O Ministério da Saúde libanês indica que pelo menos 95 pessoas morreram nos ataques israelitas desta segunda-feira.

Sugerir correcção
Ler 10 comentários