Projecto VINNY com 8.3 milhões para reduzir químicos na viticultura

A Universidade do Minho lidera a iniciativa europeia que está a desenvolver biopesticidas e biofertilizantes para a vinha. A ADVID é parceira e os trabalhos de campo acontecem na Quinta do Pôpa.

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Os trabalhos de campo experimentais estão a ser feitos no Douro Paulo Pimenta
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Arrancou em Junho o projecto VINNY, com um financiamento de 8,3 milhões de euros da União Europeia, que pretende minimizar a utilização de químicos na viticultura e arranjar soluções alternativas e sustentáveis. A Universidade do Minho é a líder do consórcio que inclui 19 parceiros de 10 países, incluindo a portuguesa ADVID (Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense) e o laboratório InovPlantProtect, sediado em Elvas.

Catarina Barbosa, da ADVID, a responsável da associação pelo projecto que surgiu em resposta aos desafios crescentes da viticultura, sobretudo com as alterações climáticas, explica que o objectivo é a “demonstração de boas práticas” alternativas. Por exemplo, “com a utilização de moléculas extraídas do sangue da carne [vinda de matadouros] ou de microorganismos provenientes da vinha, como folhas, bagos e resíduos” para criar biopesticidas e biofertilizantes.

De acordo com Luís Marcos, director-geral da ADVID, o projecto quer “avaliar a potencial valorização deste tipo de subprodutos, incorporando alguma circularidade na cadeia de produção e reduzindo a utilização de produtos fitofármacos de síntese”.

Além do sangue da carne, os biopesticidas e biofertilizantes serão feitos a partir de resíduos ecológicos como as próprias uvas, o biocarvão proveniente de estações de tratamento de águas residuais ou os resíduos da poda das vinhas.

O projecto europeu terá a duração de quatro anos e, para já, ainda está em “fase muito embrionária”, afirma o director-geral da ADVID. “É um projecto com uma componente de investigação muito grande”, continua.

Os trabalhos de campo experimentais estão a ser feitos em Portugal na Quinta do Pôpa, no Douro, um dos associados da ADVID, com “a recolha de amostras de subprodutos” e a avaliação “do impacto do uso destas substâncias do ponto de vista ambiental, económico e social”, explica Luís Marcos.

A ideia é que, no futuro, os resultados do VINNY sejam partilhados com os viticultores e possam servir como alternativa à utilização de produtos fitofármacos de síntese.

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