PS-Açores promete usar todos os meios para evitar que açorianos paguem mais pelos voos
Na reunião magna que termina este domingo, o socialista Francisco César criticou o Governo por ter imposto um limite máximo de 600 euros para o pagamento do subsídio social de mobilidade.
O líder do PS-Açores, Francisco César, prometeu este sábado utilizar todos os mecanismos legais para evitar que os açorianos paguem mais pelas passagens aéreas devido às alterações no subsídio social de mobilidade que entraram em vigor na sexta-feira.
"O PS compromete-se a utilizar todos os mecanismos legais ao seu dispor, na região e na República, para evitar que qualquer alteração que seja feita implique que um açoriano ou um madeirense pague mais por uma passagem área para o continente português", afirmou, naquela que foi a sua primeira intervenção no 19.º Congresso Regional, que decorre no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada.
Durante a apresentação da moção de orientação política global, que vai ser votada ao final do dia, César salientou que "enquanto o PS foi governo, os açorianos não passaram a pagar mais pelas passagens aéreas".
O líder do PS-Açores criticou o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) por falar "vezes de mais" dos 24 anos de governação socialista na região (1996 a 2020), como se "aquele período fosse uma espécie de seguro de vida para todos os insucessos e para o desnorte" do actual executivo.
"É tempo de o governo governar e já tem tempo para não se desculpar com outros tempos e outros governos", atirou.
César apontou a educação como "primeiro desígnio" para o desenvolvimento do arquipélago, sugerindo a criação de um "pacto social" para combater o abandono escolar com parcerias entre o "Governo Regional e o da República, a comunidade educativa, autarquias, associações e instituições sociais".
O presidente do PS-Açores, eleito em Junho, propôs a criação de uma "escola a tempo inteiro", que deverá adoptar as melhores "práticas educativas" nacionais e internacionais e "incitar novas formas de literacia".
O também deputado na Assembleia da República destacou o "problema muito grave" na habitação, defendendo que o "paradigma da habitação mudou", mas que o "Governo dos Açores continua no século XX".
"Quando verificamos que, agora como nunca, tem sido criado na região, e fomentado pela acção deste governo, um sentimento divisionista, de umas ilhas contra as outras, com um bairrismo exacerbado e doentio, sentimos, mais uma vez, aquilo que nos distingue", vincou.
O presidente dos socialistas açorianos acusou o executivo regional de "desgoverno na saúde", uma vez que o secretário das Finanças criticou a República por não ter transferido verbas para colmatar os prejuízos no Hospital de Ponta Delgada, enquanto a secretária da Saúde disse não ter enviado "qualquer inventariação dos custos da reconstrução" daquela unidade de saúde.
"Há duas coisas que sabemos com certeza sobre este assunto, não teremos um hospital a funcionar em condições tão cedo e, o mais certo, é também apontarem a culpa aos 24 anos de governação socialista", ironizou.
O líder dos socialistas açorianos reiterou que o "pior erro" que o partido poderá cometer é "fazer do seu futuro a defesa do passado", advogando a necessidade de uma "evolução das políticas" e de "novos rumos para a autonomia".
A primeira reunião magna do PS-Açores com Francisco César na liderança começou na sexta-feira e decorre até domingo em Ponta Delgada.