Não há praia em Lisboa? A alternativa pode ser uma piscina no Tejo

É apenas um projecto, mas Loop Pool propõe a criação de uma piscina circular, ligada ao pontão de Braço de Prata. O objectivo é devolver “o rio” aos lisboetas e promover a requalificação da zona.

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A piscina é descrita “como um elemento escultórico, que procura estabelecer uma analogia entre a forma pragmática e funcional do pontão que [ali] existe com a fluidez inerente às águas do rio Tejo” X Atelier/ BAUM Atelier
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Para já, está idealizada “uma estrutura em betão” que "resista à subida da maré e que seja algo para durar” X Atelier/ BAUM Atelier
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A localização foi escolhida tendo também em conta as estruturas preexistentes, novas e antigas X Atelier/ BAUM Atelier
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O conceito inclui a requalificação do pontão de Braço de Prata X Atelier/ BAUM Atelier
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O anel circundante é apresentado como “um elemento de circulação e de estadia”, com um “ponto de entrada no rio para actividades como remo ou stand up paddle” X Atelier/ BAUM Atelier
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Quanto a uma eventual adesão por parte dos lisboetas, o arquitecto Miguel Pereira, do X Atelier, garante não existirem “dúvidas nenhumas" X Atelier/ BAUM Atelier
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O nome não esconde muita coisa. Chama-se Loop Pool e, apesar de ser apenas um projecto, tem um objectivo específico: ser uma alternativa às praias mais próximas de Lisboa — "fora dos limites administrativos" da capital e frequentemente "sobrelotadas" — e devolver o rio aos habitantes. Foi assim que nasceu a ideia e é isso que nos mostram os esboços do projecto: uma piscina pública no meio do rio Tejo.

A Loop Pool nasceu de uma parceria entre dois ateliers de arquitectura, o BAUM Atelier e o X Atelier. Os desenhos do projecto deixam antever o que poderá nascer nas margens do Braço de Prata, na zona oriental da capital. Um longo pontão desagua numa estrutura circular, com o centro descoberto. Esse anel é um “um elemento de circulação e de estada”, descreve Miguel Pereira, um dos arquitectos à frente do projecto ao P3, um “ponto de entrada no rio para actividades como remo ou stand up paddle” e provedor de zonas de sombra.

Para já, está idealizada “uma estrutura em betão”, que “resista à subida da maré e que seja algo para durar”. A piscina é um “um elemento escultórico, que procura estabelecer uma analogia entre a forma pragmática e funcional do pontão que [ali] existe com a fluidez inerente às águas do rio Tejo”, lê-se na descrição do projecto enviada ao P3.

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O projeto contém zonas dedicadas à prática de desportos aquáticos, assim como zonas de sombra e lazer X Atelier/ BAUM Atelier

Mas será que os lisboetas se vão atrever a entrar na água do Tejo? A qualidade da água é uma das preocupações do arquitecto – mas para a qual ainda não tem resposta. “Apesar de a água estar agora muito mais limpa do que no passado”, as “técnicas de filtragem vão ser estudadas no futuro”, assume.

A localização foi escolhida tendo também em conta as estruturas preexistentes, novas e antigas. O Braço de Prata é “um novo pulmão da cidade, com muita gente que se movimenta para lá para correr e demais actividades desportivas”, por isso a escolha foi natural.

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Os contentores que se encontram junto à margem do rio podem “servir os utilizadores da piscina com cacifos, balneários, uma zona de bar, etc." X Atelier/ BAUM Atelier

Por um lado, explica o arquitecto do X Atelier, os novos edifícios, projectados pelo italiano Renzo Piano, tornam a zona “muito interessante”, assim como os contentores que se encontram junto à margem do rio e que podem “servir os utilizadores da piscina com cacifos, balneários, uma zona de bar”. Por outro lado, o conceito inclui a requalificação do pontão de Braço de Prata, que “está em deterioração e não há no momento nenhum projecto para o requalificar”.

Os autores do projecto consideram que o rio Tejo é uma "inexistência" no âmbito balnear e pretendem, assim, devolver o rio à capital.

Não há grandes dúvidas para o arquitecto de que seria uma mais-valia para a cidade. “Isto porque a implicação de ir à praia para um lisboeta é complexa: a linha de Cascais está extremamente lotada e passar a Ponte 25 de Abril para chegar à Costa da Caparica também é complicado, explica. Se houver a possibilidade de uma pessoa se banhar no rio, essa gestão deixa de ser quase impossível.

E vai avançar? Neste momento, ainda não há uma resposta. Os autores do conceito pretendem “divulgar e captar o interesse de várias pessoas” e apenas posteriormente “avançar com o diálogo com a Câmara Municipal de Lisboa (CML)”. No entanto, admite o arquitecto Miguel Pereira, se conseguissem “arranjar um consenso por parte da CML” (e investimento), seria um projecto para “começar amanhã”. “É algo de que os lisboetas precisam.”

Texto editado por Inês Chaíça

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