Portugal afastado pelo Cazaquistão do Mundial de futsal

Selecção portuguesa perdeu por 2-1 nos oitavos-de-final da competição e falha a defesa do título.

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Tomás Paçó durante o jogo com o Cazaquistão FPF
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Vai haver um novo campeão do mundo de futsal, no Uzbequistão. Nesta quinta-feira, Portugal sofreu uma derrota improvável diante do Cazaquistão (1-2), nos oitavos-de-final do Mundial, e não vai conseguir defender o título que conquistou há três anos. É a segunda grande surpresa do torneio, depois de a Venezuela ter afastado a Espanha.

Em Andijan, o guião foi sensivelmente o mesmo do início ao fim - o Cazaquistão a respeitar o teórico favoritismo de Portugal e a aceitar entregar a iniciativa ao adversário, que foi alternando o seu desenho táctico entre o 3x1 (com Erick na frente) e o 4x0, com mais mobilidade mas sem uma referência atacante mais fixa.

O plano foi suficiente para engrossar o caudal ofensivo e somar algumas oportunidades, especialmente nos primeiros 10 minutos. Aos 3’, houve recuperação e remate de Erick para defesa de Higuita; aos 5', reposição lateral e cabeceamento de Tomás Paçó, ligeiramente ao lado; aos 7', um remate perigoso de Paçó de fora da área; aos 9', um passe de Fábio Cecílio que André Coelho não capitalizou.

Durante todo este período, o melhor que o Cazaquistão (orientado pelo brasileiro Kaká) conseguiu foi um remate cruzado de Douglas, mas que parecia insuficiente para deixar Portugal em apuros. Só que, aos 11', Yessenamanov aproveitou um pontapé de canto para rematar rasteiro e surpreender Edu, fazendo o 1-0.

O pavilhão, com apoio fervoroso dos adeptos aos vizinhos cazaques, festejou a preceito e Portugal levou alguns minutos a serenar. Com o resultado e o cronómetro a pressionarem os campeões do mundo, o Cazaquistão aproveitou para jogar com o tempo, com pedidos de cartão vermelho após uma falta de André Coelho, embora tenha arriscado ficar sem a vantagem no último lance do primeiro tempo. Valeu mais uma vez Higuita, a contrariar Afonso Jesus.

O que não conseguira em todo o primeiro tempo, porém, a selecção portuguesa alcançou logo no arranque do segundo, quando Zicky Té desviou, de calcanhar, um remate de Bruno Coelho para fazer o empate, após um livre frontal.

Só que a igualdade foi insuficiente para beliscar a estratégia do Cazaquistão, cujos desequilíbrios com bola se resumiam às acções de 5x4, quando o guarda-redes Higuita subia na quadra, e às bolas paradas. Portugal ia ter de ser paciente e mais eficaz nos momentos de finalização para furar o bloqueio.

A quatro minutos do fim, uma combinação entre Zicky Té, Tomás Paçó e Kutchy quase resultou em golo, numa altura em que o Cazaquistão, mesmo com pouca expressão ofensiva, já tinha atirado uma bola ao poste. Portugal tinha mais profundidade no banco e o desgaste acentuava-se do lado contrário, pelo que o domínio se acentuava.

Só que a falta de clarividência na concretização teve um preço demasiado elevado para a melhor selecção em campo. A 14 segundos do fim, depois de o seleccionador Jorge Braz ter pedido um desconto de tempo para preparar o último assalto à baliza contrária, o Cazaquistão chegou ao 1-2. De bola parada, claro está. Após um canto, a bola circulou por fora até encontrar o pé direito de Tursagulov para o desvio fatal.

Um golpe que não estava nos planos. O cronómetro estava já em contagem decrescente quando Tomás Paçó testou os reflexos de Higuita, mas não havia tempo para mais. O campeão do mundo caía aos pés de um adversário que subjugou durante quase 40 minutos. Mas o que vale no futsal são os golos e, nesse capítulo, Portugal ficou aquém das próprias expectativas.

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