Hezbollah lança míssil contra uma base da Mossad perto de Telavive
Míssil enviado pelo movimento xiita a partir do Líbano tinha como alvo a sede dos serviços secretos israelitas. Foi interceptado pelo sistema de defesa aéreo de Israel e não fez vítimas.
O Hezbollah disse esta quarta-feira que disparou um míssil contra a sede em Telavive da Mossad, a agência de espionagem israelita que o movimento libanês culpabiliza pelo assassinato dos seus líderes e pela explosão de pagers utilizados pelos seus membros. O caso desencadeou uma nova escalada que aproximou os dois lados da barricada de uma guerra total.
As sirenes de alerta soaram em Telavive quando um único míssil terra-terra foi interceptado pelos sistemas de defesa aérea, depois de ter sido detectado a atravessar o Líbano, informaram os militares israelitas. Não houve relatos de danos ou de vítimas e os militares disseram que não houve alteração das instruções de defesa civil para o centro de Israel. As sirenes de alerta soaram também noutras zonas do centro de Israel, incluindo a cidade de Netanya.
O movimento xiita libanês, apoiado pelo Irão, tem disparado centenas de mísseis e rockets contra Israel nos últimos dias, à medida que os meses de conflito através da fronteira com o Sul do Líbano se intensificaram acentuadamente.
Na terça-feira, um ataque a Beirute matou o comandante superior do Hezbollah, Ibrahim Qubaisi, que chefiava o ramo do movimento responsável pelo envio de mísseis e rockets. É uma das várias personalidades assassinadas desde o início dos combates entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irão, há quase um ano, em paralelo com a guerra na Faixa de Gaza.
Desde a manhã de segunda-feira, a ofensiva israelita já foi responsável pela morte de 569 pessoas, incluindo 50 crianças, e feriu 1835 no Líbano, disse o ministro da Saúde, Firass Abiad, à Al Jazeera Mubasher TV.
Uma nova ofensiva contra o Hezbollah alimentou os receios de que o conflito entre Israel e o movimento islamista palestiniano Hamas, em Gaza, esteja a aumentar e possa desestabilizar ainda mais o Médio Oriente. O Conselho de Segurança da ONU disse que se reuniria na quarta-feira para discutir o conflito. "O povo do Líbano, o povo de Israel e o povo do mundo não podem permitir que o Líbano se transforme noutra Gaza", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros do Líbano, Abdallah Bou Habib, estima-se que meio milhão de pessoas tenham sido deslocadas no Líbano. O primeiro-ministro do país espera reunir-se com as autoridades norte-americanas nos próximos dois dias.
Em Beirute, milhares de pessoas deslocadas que fugiram do Sul do Líbano estavam abrigadas em escolas e outros edifícios. Os militares israelitas afirmaram que a sua força aérea realizou "ataques extensivos" na terça-feira contra alvos do Hezbollah no Sul do Líbano, incluindo instalações de armazenamento de armas e dezenas de lançadores que visavam o território israelita.
O Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou que os ataques tinham enfraquecido o Hezbollah e que iriam continuar. O Hezbollah "sofreu uma série de golpes no seu comando e controlo, nos seus combatentes e nos seus meios de luta": "São todos golpes severos", disse ele às tropas israelitas.