Disney+ começa combate a partilha de contas em Portugal
Medida, baptizada como “programa de partilha paga”, começa a ser aplicada já esta semana. Membro fora da residência a que está vinculada a conta passa a custar mais 5,99 euros a titular da subscrição.
A Disney+ anunciou esta quarta-feira que começou o seu processo de combate à partilha de contas, medida que abrange Portugal e o resto dos mercados europeus em que a plataforma de streaming está presente. A medida será aplicada “esta semana” e faz com que cada conta do serviço só possa ser partilhada com um familiar ou amigo fora da mesma residência onde está sediada a conta.
Nos próximos dias, os clientes do serviço começarão a ver uma mensagem nos seus ecrãs a alertar para as mudanças. Segundo o centro de ajuda da empresa e o comunicado que anuncia a mudança, “a Disney+ detecta e estabelece automaticamente o seu agregado familiar com base na sua actividade de subscrição, dispositivos associados e ligação à Internet, entre outros factores”.
O nome dado à medida de combate à partilha de contas pela The Walt Disney Company (TWDC) é “programa de partilha paga” e espelha o que em Fevereiro de 2023 foi feito pela Netflix em Portugal, um dos primeiros países onde foi aplicada a tentativa de aumentar, mais tarde, o número de assinantes pagos da plataforma. A Disney+, que há cerca de um ano planeia publicamente esta iniciativa, junta-se assim à tendência mundial de tentar reduzir o número de pessoas que usam uma mesma conta de uma plataforma de streaming e de tentar angariar novos subscritores, engrossando o seu número de utilizadores vinculados e pagantes.
Já desde o anúncio da entrada do modelo de assinatura com publicidade, e por isso mais barato, que se previa que em breve a Disney+ encetaria também a sua própria cruzada para reduzir o número de utilizadores satélite de uma só conta que não estejam vinculados à morada principal de cobrança do titular da subscrição. Quando a medida foi aplicada pela Netflix em Portugal, houve alguma resistência por parte dos utilizadores, mas globalmente a empresa tem garantido que o seu crescimento em número de lares alcançados em muito se deve à criação de novas contas após o combate à partilha de 2023.
A medida começa agora a ser aplicada pela Disney+ em países como os EUA, Canadá, Costa Rica, Guatemala e no continente europeu, bem como nos países da região da Ásia e do Pacífico. No Verão, alguns países tinham sido as cobaias da aplicação do plano.
Na prática, a Disney+ deve ser usada dentro de uma só residência em vários dispositivos e agora as pessoas que vivam fora dessa habitação e com quem a pessoa titular da conta queira partilhar a mesma devem “inscrever-se e pagar a sua própria assinatura ou ser acrescentados como Membro Extra” da conta original por uma quantia extra. No caso português, segundo o que se lê no centro de ajuda do serviço, serão 5,99 euros mensais por esse acesso extra. A subscrição mensal actualmente está nos 10,99 euros por mês e a anual custa 109,90 euros.
O acesso extra é cobrado mensalmente ao titular da conta, mesmo que a mesma seja de pagamento anual. Os utilizadores do acesso extra só podem aceder à plataforma num único dispositivo e terão apenas um perfil. A ideia da TWDC é que seja escolhida esta opção ou, melhor ainda para a empresa, que os subscritores entretanto detectados fora da residência dos assinantes originais decidam criar a sua própria conta, que lhes dá acesso a mais dispositivos e à possibilidade de criar diferentes perfis de espectador.
“Se já tem um perfil Disney+ na conta do titular da conta, este pode atribuir-lhe o perfil existente na conta durante o processo de convite [por email] para manter o seu histórico de visualização e definições. Pode aceitar o perfil existente ou criar um novo perfil. Se ainda não fizer parte da subscrição, pode criar um novo perfil”, acrescenta o centro de ajuda da plataforma.
Tal como sucedeu com a Netflix, é possível continuar a usar a plataforma fora da residência principal, podendo o utilizador de uma conta geral assinalar que está “fora de casa” ou, no caso de mudança de residência, assinalar essa alteração através de um código electrónico enviado por email.
É um mês de mudanças na Disney+ em Portugal, onde a partir de 17 de Outubro entra em campo um plano de assinatura com publicidade, algo encetado no mercado nacional pela SkyShowtime, mas ainda não se conhece o modelo de apresentação de publicidade, nomeadamente a sua posição ao longo dos programas ou duração.
Quanto ao combate à partilha abusiva de contas, é também um plano que a Max (antiga HBO Max) promete começar a implementar no final do ano. Não é conhecido qualquer prazo para a medida chegar a Portugal.