Universidade de Coimbra com falta de estacionamento e problemas de mobilidade
Entre as soluções apresentadas pelo Grupo de Trabalho, está a criação de parques de estacionamento periféricos, com linhas pendulares que liguem estes locais ao centro da cidade.
Cerca de 20 mil pessoas circulam pelo Polo I da Universidade de Coimbra (UC) diariamente, embora o local conte com apenas mil vagas de estacionamento, criando um problema de mobilidade, revelou a Comissão de Trabalhadores desta instituição.
Um relatório sobre a mobilidade no Polo I da UC, elaborado por um Grupo de Trabalho composto por elementos da Comissão de Trabalhadores da Universidade de Coimbra (CTUC) e da UC (mas externos à Comissão), foi apresentado, apontando as principais dificuldades encontradas pelos colaboradores da instituição no quesito da mobilidade, como a falta de espaço para os veículos estacionarem.
"Bem optimizado, consegue-se proporcionar cerca de mil lugares de estacionamento na Alta, portanto no Pólo I, o que é manifestamente insuficiente para esta comunidade de 20 mil pessoas que aqui vêm" diariamente, revelou um dos membros do Grupo de Trabalho, externo à CTUC, Edgar Mendes, na apresentação do relatório.
Esta situação, como consta no relatório, a que a agência Lusa teve acesso, fez com que alguns trabalhadores passassem a afluir "muito cedo à Alta Universitária, isto é, entre as 07:00 e as 07:30", aguardando o início do período laboral (08h00) dentro do próprio carro, sendo "com alguma frequência" que se verificam trabalhadores a dormir nos veículos.
A problemática é "agravada para os trabalhadores que fazem atendimento ao público, os que trabalham por turnos, os trabalhadores dos Serviços de Acção Social e também aquelas pessoas que trabalham no turismo", assim como para os que têm crianças em idade escolar, devido ao "rigor de horários" e a falta de "flexibilidade", acrescentou Edgar Mendes.
Em relação aos autocarros, há apenas algumas linhas dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) que servem o Polo I, nomeadamente a 28, 34 e 103, além da linha do Botânico e da linha verde da ecovia, opções que são "manifestamente insuficientes". Segundo Edgar Mendes, as linhas acabam por ter pouca abrangência geográfica na cidade, sofrem com a sobrelotação, atrasos e elevados tempos de deslocação.
Entre as soluções apresentadas pelo Grupo de Trabalho, está a criação de parques de estacionamento periféricos, com linhas pendulares que liguem estes locais ao centro da cidade, uma medida que auxiliaria ainda na diminuição do tráfego no centro, sublinhou.
A revisão integral das linhas dos serviços municipais de transportes e a criação de um sistema exclusivo para a comunidade académica, designadamente um sistema de shuttles pendulares, directos, de acesso entre o Polo I e o Polo II da UC, principalmente em momentos de ponta (das 08:00 às 10:00 e das 16:30 às 18:30), são outras das medidas sugeridas.
O coordenador da CTUC, António Trindade, ao longo da apresentação, informou que o Grupo de Trabalho é composto por sete trabalhadores, sendo quatro externos à CTUC, e que o relatório começou a ser produzido em Dezembro de 2023. Desde essa época até ao dia de hoje, já foram realizadas reuniões com a reitoria da UC e com a Câmara Municipal de Coimbra, além de um diálogo com "o representante do grupo que está a rever toda a rede do SMTUC", frisou.
Quando o Grupo de Trabalho começou a reunir-se, o tema da mobilidade rapidamente chamou a atenção, por ser algo "que é transversal a praticamente todos os trabalhadores da Universidade de Coimbra", afectando ainda os estudantes, contextualizou Edgar Mendes.