Benfica ganha no Bessa nova dose de confiança

Com os turcos Kerem Aktürkoglu e Orkun Kökçü novamente em destaque, Bruno Lage conquistou frente ao Boavista a terceira vitória como técnico benfiquista

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Kokcu festeja o segundo golo do Benfica no Bessa Pedro Nunes / REUTERS
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Não foi um passeio - mérito da entrega dos jogadores do Boavista -, mas o Benfica ganhou no Estádio do Bessa mais uma dose de confiança. Na terceira partida de Bruno Lage à frente dos “encarnados”, as “águias” foram quase sempre superiores e, novamente sob decisiva influência turca, conquistaram de forma justa os três pontos: Kerem Aktürkoglu voltou a fazer uma grande exibição e, ainda na primeira parte, assistiu Vangelis Pavlidis e Orkun Kökçü que marcaram os dois primeiros golos do Benfica. Já no período de descontos, Arthur Cabral fez o 3-0 final a favor dos benfiquistas, na partida que encerrou a jornada 6 da I Liga.

Quatro dias depois de uma vitória (e exibição) sofrida em Belgrado, Bruno Lage delineou para o seu terceiro jogo à frente do Benfica uma estratégia com poucas mudanças de nomes no “onze”, mas com um plano de jogo que contemplava uma pequena novidade. Sem o lesionado Bah, o treinador “encarnado” deixou um claro sinal que Issa Kaboré está longe de ser “reforço” e, para a direita da defesa, a solução foi Tomás Araújo.

Todavia, a notícia estava no meio-campo. Titular nos dois primeiros jogos de Lage, Rollheiser sentou-se no banco e, no seu lugar, surgiu Ausners. No papel, parecia que o norueguês iria jogar em terrenos próximos de Florentino, com Kökçü mais perto de Pavlidis, mas a ideia do técnico era outra: um 4x3x3, com Ausners e Kokçu a jogarem lado a lado como médios interiores, à frente de Florentino.

A atravessar um dos momentos mais críticos dos seus 121 anos de história, o Boavista subiu ao relvado do Bessa sem pressão, sem reforços e sem uma mão cheia de jogadores que foram preponderantes para a sofrida manutenção na última época. Com cinco surpreendentes pontos conquistados nas primeiras cinco jornadas - apenas perderam pela margem mínima com Sp. Braga e Famalicão -, mas, com um plantel depauperado, o técnico italiano Cristiano Bacci teve de ser, mais uma vez, criativo para construir um “onze” que, sem os lesionados João Gonçalves, Abascal e Reisinho, fica ainda mais debilitado.

Se na baliza o mais jovem guarda-redes a jogar na I Liga (Tomé Sousa) tinha novo teste de fogo, a defesa foi remendada com a matéria-prima que havia: no centro estavam duas adaptações (os esquerdinos Bruno Onyemaechi e Filipe Ferreira), na esquerda o médio Joel Silva. Daí para a frente, havia mais experiência e jogadores nas suas posições naturais, mas também mais uma estreia a titular: João Barros, de 18 anos.

As limitações boavisteiras ficavam, porém, flagrantes olhando para quem Bacci tinha sentado ao seu lado. Excluindo Cesar e Namora, os restantes sete suplentes tinham uma média de 19 anos e, antes do início da temporada, um jogo na I Liga.

Perante este cenário, a dúvida era saber quanto valia a resistência e tenacidade “axadrezada”. A resposta, chegou ao fim de 11 minutos. Mesmo apresentando a entrega e ousadia das primeiras jornadas – Salvador Agra teve nos pés a primeira oportunidade, aos 3’ -, o Boavista cedo se viu em apuros para travar o carrossel conduzido por Dí María, Aktürkoglu e companhia, e, já depois de Tomé evitar que Aktürkoglu voltasse a marcar (7’), o extremo turco estendeu a passadeira para que Pavlidis regressasse aos golos: o ex-Galatasaray deixou para trás na área os defesas que surgiram pela frente e ofereceu ao grego um golo fácil.

Sem acusarem o golo, os portuenses mantiveram a entrega e Vukotic (17’) e Seba (26’) obrigaram Trubin a defesas atentas. O jogo, porém, mantinha-se sob controlo “encarnado” e, em cima da meia hora, Kökçü voltou a mostrar que, sem as amarras de Schmidt, pode fazer a diferença: após nova assistência de Aktürkoglu, o turco rematou de longe e, após bater no poste esquerdo, a bola voltou a entrar na baliza do Boavista.

A perderem por dois golos e sem soluções no banco que permitissem grandes alterações tácticas, os boavisteiros, revelando coragem, entraram na segunda parte com vontade de pressionar sempre o portador da bola do Benfica à saída da área de Trubin. A audácia de Bacci não teve, porém, qualquer efeito.

Com trunfos de outra qualidade, a equipa de Lage, mesmo jogando com rotações baixas, mantinha-se sempre mais perto do golo do que o adversário, mas as substituições foram quebrando o ritmo. Todavia, ainda antes do apito final, numa das primeiras vezes que tocou na bola, Arthur Cabral aproveitou um erro de Onyemaechi e fechou as contas no 3-0.

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