Fogo em Castro Daire está em rescaldo e é o único significativo

O fogo em Castro Daire é o único significativo segundo a Protecção Civil, após todos os grandes incêndios que lavraram ao longo dos últimos dias tinham sido dados como dominados.

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Sexta-feira à tarde cerca de 400 operacionais combatiam o incêndio em Castro Daire Pedro Nunes / REUTERS
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O incêndio em Castro Daire está esta madrugada em situação de "rescaldo e vigilância", com uma redução do número de operacionais e veículos no terreno, disse à Lusa a Protecção Civil.

Um porta-voz do Comando Sub-Regional de Viseu Dão Lafões da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) disse que 199 operacionais e 59 meios terrestres permaneciam na zona de Soutelo, freguesia de Mões, por volta das 5h45. Às 7h40, a informação no site da Protecção Civil dava conta do mesmo número de meios.

Uma redução significativa em comparação com o final da tarde, altura em que cerca de 400 operacionais, 125 meios terrestres e quatro meios aéreos ainda estavam a combater o incêndio, já então em fase de resolução.

Em Castro Daire, um casal de emigrantes na Suíça, que tinha regressado à terra natal para investir em produção agrícola, viu a sua propriedade de 55 hectares ser devastada pelo fogo, perdendo maquinaria e 120 cabras serranas, uma raça autóctone transmontana, que eram o sustento da família, estando cada uma avaliada em cerca de 300 euros.

O fogo em Castro Daire é o único significativo assinalado na página oficial da ANEPC na Internet, após todos os grandes incêndios que lavraram nas regiões norte e centro ao longo dos últimos dias tinham sido dados como dominados.

Num ponto de situação ao início da tarde de sexta-feira, o comandante nacional da ANEPC, André Fernandes, já tinha antevisto uma desmobilização de meios ao longo do dia.

Sete pessoas morreram e 177 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram desde domingo, sobretudo, as regiões Norte e Centro do país e destruíram dezenas de casas. A ANEPC contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 124 mil hectares, de acordo com o sistema europeu Copérnico, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 116 mil hectares, 93% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetacdos pelos incêndios nos últimos dias e na sexta-feira cumpriu-se um dia de luto nacional em memória das vítimas.

Os incêndios, que começaram no domingo, obrigaram também ao corte de estradas e auto-estradas e ao fecho de escolas.