Incêndio em Peso da Régua em resolução

Fogo em Peso de Régua, activo desde a manhã de quinta-feira, entrou em fase de resolução e já não é considerado “significativo”. Chuva dos próximos dias pode causar problemas.

O incêndio de Castro Daire resiste ao combate às chamas pelos bombeiros
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O incêndio de Castro Daire resiste ao combate às chamas pelos bombeiros REUTERS/Pedro Nunes
Área ardida na zona de Albergaria, Aveiro, 20 de setembro de 2024. Sete pessoas morreram e 177 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país e destruíram dezenas de casas. A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 124 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 116 mil hectares, 93% da área ardida em todo o território nacional. JOSÉ COELHO/LUSA
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Área ardida na zona de Albergaria, Aveiro, esta sexta-feira LUSA/JOSE COELHO
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Rescaldo dos incêndios em Gondomar, 19 de Setembro PAULO PIMENTA
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Os focos de incêndio que lavravam em Castro Daire, no distrito de Viseu, e em Peso da Régua, Vila Real, foram dominados esta sexta-feira, dia de luto nacional pelas vítimas mortais provocadas pelos incêndios. A informação foi confirmada pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), que aponta neste momento para dois fogos "significativos" em território nacional, ambos em fase de resolução.

Em declarações aos jornalistas por volta das 10h, Paulo Almeida, autarca do município de Castro Daire, adiantou que “o incêndio foi dado como dominado”, mas que isso não significa que o concelho está livre de perigo. “É verdade que durante a noite as condições meteorológicas e a chuva nos vieram ajudar (...), mas continua a haver perigo de reacendimentos”, afirmou. A área afectada vai ser monitorizada através de uma câmara térmica para detectar zonas de maior risco de reacendimento para evitar novos focos.

Às 18h20, a Protecção Civil continuava a classificar como "ocorrências significativas" dois fogos em Castro Daire, nas localidades de Pinheiro e Mões, ambos em fase de resolução. Mobilizavam, no total, 446 operacionais, apoiados por 136 viaturas e quatro aeronaves.

“Todas as ocorrências que ainda estavam activas durante o dia de ontem e na madrugada desta sexta-feira foram, de facto, dadas como dominadas, em particular as ocorrências nos municípios de Castro Daire e São Pedro do Sul, bem como o incêndio que lavrava no concelho de Arouca, em Alvarenga", confirmava, ao início da tarde, o comandante nacional da Protecção Civil, André Fernandes.

Foi também dominado e entrou em fase de resolução pelas 16h20 o incêndio na localidade de Sedielos, em Peso da Régua, que ao início da tarde desta sexta-feira era o único ainda activo em Portugal.

Ainda assim, persistia um número considerável de ocorrências em resolução, em conclusão ou vigilância activa, que obrigavam, às 18h20, à mobilização de 1306 operacionais, 386 dispositivos terrestres de combate a incêndios e quatro aeronaves.

Em relação às vítimas dos incêndios, André Fernandes informou que existe um total de 182 pessoas atingidas pelos fogos registadas até agora: além das cinco vítimas mortais directamente relacionadas com os fogos (outras duas pessoas morreram subitamente em contexto de incêndio), contabilizaram-se entre 16 de Setembro e esta sexta-feira outros 87 feridos ligeiros (mais nove do que na quinta-feira até às 19h), 73 que tiveram de ser assistidos (mais dois) e 14 feridos graves (mais dois). Cinquenta e quatro pessoas foram acolhidas em centros de apoio à população.

A mesma chuva que veio ajudar no combate às chamas também pode ser fonte de novos problemas. O IPMA, que já emitiu avisos meteorológicos amarelos por causa da precipitação pontualmente forte, deu conta de que, na próxima segunda-feira, Portugal continental será afectado por uma corrente de Oeste. Vamos passar a ter uma semana de precipitação, com particular incidência entre terça e quarta-feira, a norte do rio Mondego, exactamente nas zonas que foram atingidas por estes incêndios, alertou o comando nacional da Protecção Civil. Significa que temos de pôr já em prática as medidas preventivas que possam minimizar as escorrências dos inertes”, explicou.

Situação muito mais calma”

O comandante Pedro Araújo, da ANEPC, já tinha afirmado que foi possível durante a noite, devido a condições meteorológicas mais favoráveis, dominar um conjunto de incêndios. A situação é muito mais calma do que no dia de ontem [quinta-feira]. Temos um conjunto de incêndios dados como dominados e temos pendente, ainda em curso, os dois incêndios no concelho de Castro Daire, em concreto na serra de Montemuro, adiantou.

Num ponto de situação por volta das 00h50, o comandante sub-regional de Emergência e Protecção Civil de Viseu Dão Lafões, Miguel Ângelo David, declarou que existia "muito trabalho pela frente no incêndio de Castro Daire e que não é por caírem umas pinguinhas que [se pode] considerar as coisas resolvidas. Não choveu em todo o lado. [...] Caíram umas pingas nalguns sítios. Noutros há reporte de que choveu muito, mas as equipas continuam a fazer os trabalhos, disse Miguel Ângelo David à agência Lusa.

O comandante disse que houve um reforço de dispositivo e as equipas continuam a operar com maquinaria, com os grupos de combate e com linhas de progressão no terreno, que é muito escarpado.

De acordo com a Protecção Civil, o incêndio em Penalva do Castelo, distrito de Viseu, entrou esta madrugada em fase de resolução e foi declarado extinto pelas 12h. Também o incêndio que deflagrou na freguesia de Alvarenga na quarta-feira à tarde, em Arouca, concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto (AMP), entrou em fase de resolução durante a noite e encontra-se sob vigilância. O mesmo aconteceu com os fogos que deflagraram em Sabroso de Aguiar, em Vreia de Jales e Quintã — os mesmos que tinham sofrido reactivações na quinta-feira à tarde em Vila Pouca de Aguiar, Vila Real.

O incêndio que lavrava no Alto de Fiães, em Alijó, também no distrito de Vila Real, entrou em resolução durante a noite, após ter sofrido vários reacendimentos nos últimos dias, e mantém-se agora sob vigilância. Com Lusa

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