Governo português agradece à Ucrânia apoio com avião para combate aos fogos

Em comparação com os restantes países da União Europeia, Portugal está este ano no topo da tabela em percentagem de área ardida, seguido do Chipre, Bulgária, Croácia e Grécia.

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Floresta queimada pelo incêndio em Talhadas, Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, um dos mais afectados PAULO NOVAIS / LUSA
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O Governo português agradeceu este sábado à Ucrânia, através da rede X, a ajuda com o envio de um avião para combater os fogos de grande dimensão que na última semana atingiram as regiões Centro e Norte do país.

"Em nome do Governo português, o Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Paulo Rangel, e a ministra da Administração Interna (MAI), agradecem, na pessoa do MNE ucraniano, a disponibilidade da Ucrânia no fornecimento de ajuda a Portugal para o combate aos incêndios", lê-se na publicação feita pelo MNE.

A Ucrânia disponibilizou na quinta-feira um avião de combate a incêndios às autoridades portuguesas para enfrentar os fogos florestais.

Numa mensagem divulgada também na rede X, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga, afirmou na quinta-feira que "a Ucrânia está solidária com o seu amigo Portugal" e que observa "os socorristas portugueses na luta contra os incêndios florestais mortíferos".

Sob as instruções do Presidente Volodymyr Zelensky, "a Ucrânia ofereceu um avião de combate a incêndios ucraniano AN-32P, com uma equipa, para apoiar estes esforços", informou o chefe da diplomacia de Kiev.

Os incêndios florestais consumiram entre domingo e sexta-feira passada cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal em quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.

As zonas mais afectadas pelos fogos dos últimos dias são a região de Viseu Dão Lafões, com uma área consumida pelas chamas superior a 52.000 hectares, Tâmega e Sousa (mais de 25.000 hectares), região de Aveiro (mais de 24.000 hectares), seguido da Área Metropolitana do Porto, Alta Tâmega e Ave, com uma área ardida superior a nove mil hectares cada.

De acordo com o sistema europeu de observação da Terra Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização da área ardida desde domingo chega aos 135.752 hectares.

No total, arderam este ano em Portugal 146.649 hectares, tendo o país passado, numa semana, dos melhores valores de área ardida da década para o terceiro pior desde 2014, sendo apenas ultrapassado em 2017 (563.000 hectares) e 2016 (165.000).

O sistema europeu Copernicus dá também conta que este ano ocorreram em Portugal 170 incêndios significativos. Em comparação com os restantes países da União Europeia, Portugal está este ano no topo da tabela em percentagem de área ardida, seguido do Chipre, Bulgária, Croácia e Grécia.

A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) não regista hoje ocorrências significativas de incêndio, apesar de ainda existirem meios no terreno, nomeadamente 226 operacionais e dois meios aéreos no fogo da região de Castro Daire (Viseu).

Pela primeira vez desde domingo que a página da internet da ANEPC não tem hoje "vermelhos" de incêndios activos. O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afectados pelos incêndios nos últimos dias.

Os incêndios atingiram as regiões do norte e centro do país e provocaram 17 feridos graves e cinco mortos contabilizados pelas autoridades, tendo ainda deixado um rasto de destruição.