Zelensky quer encontro com Trump durante viagem aos EUA

Presidente ucraniano vai a Washington na próxima semana para apresentar “plano de vitória” a Joe Biden e Kamala Harris.

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Zelensky vai continuar a pressionar Washington para levantar as restrições aos ataques com mísseis de longo alcance dentro da Rússia ETTORE FERRARI / EPA
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O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky espera encontrar-se com o candidato presidencial republicano Donald Trump na próxima semana, quando se deslocar aos Estados Unidos para apresentar o “plano de vitória” da Ucrânia na guerra contra a Rússia.

Zelensky participará nas sessões do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU e também planeia encontrar-se com o Presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice-presidente Kamala Harris, em reuniões separadas no dia 26 de Setembro.

O líder ucraniano disse que também esperava encontrar-se com Donald Trump. “Muito provavelmente teremos uma reunião, penso eu, nos dias 26 ou 27 de Setembro”, disse Zelenskiy à imprensa na sexta-feira, sem fornecer mais detalhes.

Trump enfrenta a vice-presidente democrata Kamala Harris nas eleições de 5 de Novembro nos EUA.

Zelensky disse em Agosto que queria apresentar o seu plano a Biden, Harris e Trump. Embora Trump e Zelensky tenham conversado por telefone em Julho, não se encontraram pessoalmente desde a presidência de Trump.

O Presidente da Ucrânia descreveu o plano que vai apresentar nos EUA como um projecto para forçar a Rússia a terminar a guerra diplomaticamente e afirmou que o sucesso dependia das decisões que dos principais aliados tomarem entre Outubro e Dezembro deste ano.

Num momento crítico da guerra, Zelensky procura reforçar a Ucrânia com mais armas e apoio militar, económico e diplomático dos Estados Unidos, o principal aliado de Kiev. Espera-se que o Presidente ucraniano continue a pressionar Washington para levantar as restrições aos ataques com mísseis de longo alcance dentro da Rússia.

“Nem os Estados Unidos nem o Reino Unido nos deram autorização para utilizar estas armas em território russo, em qualquer alvo e a qualquer distância”, pelo que Kiev não o fez, disse Zelensky.

As forças russas continuam a avançar lenta mas firmemente no Leste da Ucrânia, apesar de Kiev ter lançado uma incursão surpresa no mês passado na região russa de Kursk. Zelensky tem afirmado repetidamente que não existe alternativa para uma “paz justa” e excluiu a possibilidade de congelar a guerra, afirmando que tal apenas adiaria a agressão russa.

Zelensky voltou a criticar a iniciativa de paz para a Ucrânia proposta na Primavera pela China e pelo Brasil, afirmando que não se trata de um “plano concreto”.

“Não creio que seja um plano concreto, porque não vejo quaisquer acções ou fases específicas, apenas uma certa generalização de procedimentos. Uma generalização esconde sempre alguma coisa”, disse.

A China e o Brasil afirmaram apoiar “uma conferência internacional de paz organizada numa altura apropriada, reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia, com a participação igual de todas as partes e uma discussão justa de todos os planos de paz”.

A parceria estratégica entre a China e a Rússia tornou-se ainda mais forte desde que Moscovo invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022. De acordo com Washington, a China está a ajudar a Rússia a aumentar a sua produção de mísseis, drones e tanques, mas não está a exportar armas directamente.

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